Resumo

Título do Artigo

A Nova Precarização do Trabalho: uma Revisão Sistemática
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Palavras Chave

Precarização do Trabalho
Flexibilização
Regime de Acumulação Flexível

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Epistemologias e Ontologias em Estudos Organizacionais

Autores

Nome
1 - FABIO MELGES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - ESAN
2 - Tania Cristina Costa Calarge
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS (UFGD) - FACE
3 - ELCIO GUSTAVO BENINI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - ESAN - Escola de Administração e Negócios

Reumo

Mudanças iniciadas nos anos 1980 no mundo do trabalho produziram efeitos profundos nas relações sociais. Alterações na forma de regular o trabalho estão diretamente ligadas à precariedade das condições de trabalho e de saúde do trabalhador. Foi nesse período - em que ocorre a mundialização do capital e a categoria flexibilidade tornou-se uma categoria objetiva universal - que o chamado Toyotismo – nova forma de arranjo produtivo baseado na flexibilidade dos processos - alcançou poder ideológico e estruturante do complexo de reestruturação produtiva do capital (ALVES, 2000; QUINLAN, 2012).
Considerando as mudanças ocorridas no mundo do trabalho e o novo processo de precarização oriundo das alterações dos arranjos produtivos, nosso estudo busca analisar os avanços e tendências das pesquisas a respeito do tema Precarização do Trabalho, objetivando identificar quais são os elementos fundantes e estruturantes da nova precarização do trabalho. Para atingir este objetivo, este artigo foi estruturado como uma revisão sistemática da literatura, em um período compreendido entre 2014 e julho de 2019.
A essência do capitalismo reside na apropriação do trabalho pelo capital, independente das formas que a relação capital trabalho venham a ter. Entre precariedade e condição de classe há uma forte relação. O enfraquecimento do Estado, a desregulamentação e a desestruturação dos mercados formam um fio condutor que é indissociável e articula a nova precarização do trabalho em suas diversas formas. Mais do que um “precariado”, o que temos é um enorme “exército de reserva”, que forçam os trabalhadores acreditarem que as mudanças são inexoráveis fruto de um novo espírito do capitalismo.
Elementos Fundantes da Precarização Flexível: Regime de Acumulação Flexível; Toyotismo; Neoliberalismo e Mundialização da Economia; e Desregulamentação. Elementos Estruturantes da Precarização Flexível: Flexibilização e Intensificação do Trabalho; Insegurança e Saúde do Trabalhador; Fragilização da Organização dos Trabalhadores; e Perda das Identidades Individual e Coletiva do Trabalhador.
O trabalho, enquanto mercadoria subsumida ao capital, sempre tornou a vida do trabalhador insegura e dependente. A precarização flexível do trabalho está localizada e tem marco histórico. Ela está ligada ao processo de reestruturação produtiva ocorrida na segunda metade do século XX baseado na flexibilização da produção, o Toyotismo, que transbordou os muros da fábrica para se espalhar e materializar em políticas de flexibilização também dos Estados nacionais, enfraquecidos por diversos ataques que buscavam minar a possibilidade de alguma guinada que beneficiasse o mundo do trabalho.
ADASCALITEI, D.; MORANO, C. P. Drivers and effects of labour Market reforms: Evidence from a novel policy compendium. IZA Journal of Labor Policy, 2016. ALVES, G. O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo. São Paulo: Boitempo, 2000. ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Editora Boitempo, 2018. ANTUNES, R. L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009. ANTUNES. R. L. C.; ALVES, G. As mutações no mundo do trabalho. Na era da mundializ