Resumo

Título do Artigo

EFICIÊNCIA DAS ESTRATÉGIAS DE HEDGE NO GERENCIAMENTO DE RISCOS DO PREÇO DO BOI GORDO COM FUTUROS DA B3
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Palavras Chave

hedge
boi gordo
gerenciamento de riscos

Área

Agribusiness

Tema

Gestão de Risco e comercialização agrícola

Autores

Nome
1 - João Paulo Sales de Almeida
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade
2 - Nadja Nara Lima Heiderich
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade

Reumo

Com a dificuldade dos pecuaristas em definir uma produção que maximize seus lucros e de frigoríficos para definirem seu custo médio com sua principal matéria prima, devido ao cenário volátil do mercado de commodities, se faz necessário a utilização de um instrumento que traga um equilíbrio nos preços para facilitar a gestão de riscos da bovinocultura de corte, seja para planejamentos de receita ou de custos. É neste panorama que se apresenta o hedge. Como um hedge perfeito dificilmente é possível, podemos definir a melhor estratégia que maximize os efeitos da proteção em momentos específicos.
A questão a ser respondida seria a estratégia mais eficiente a ser utilizada por um hedger na gestão de riscos com contratos futuros disponíveis na B3, analisando as estratégias de hedge disponíveis para os players que utilizam os contratos futuros para auxiliar na gestão de riscos, encontrando o método mais eficiente, dado as limitações, considerando as estratégias sem aplicação do hedge, full hedge e o hedge de mínima variância para as praças de São Paulo (indicador ESALQ/B3), Campo Grande, Triângulo Mineiro, Cuiabá e Goiânia.
Devido a importância do hedge para a gestão de riscos da agropecuária, pesquisadores corroboram com o assunto. Oliveira Neto (2008) demonstrou a eficiência das operações de hedge para o boi gordo no estado de Goiás, com uma mitigação em cerca de 90% do risco, enquanto Cruz e Lima (2009) evidenciaram que o contrato futuro é efetivo para a praça de São Paulo, já Souza (2017) destaca a necessidade de se utilizar mecanismos para a gestão de riscos devido à volatilidade e o novo regime de preços do café, ressaltando a eficiência do hedges estático e dinâmico frente o modelo sem proteção.
Para comparar a eficiência de se realizar um hedge, foram analisados três portfólios, a partir de uma carteira sintética com posição à vista e futura, no qual o primeiro se trata de uma posição sem hedge, o segundo diz respeito a uma posição em contratos futuros para cada posição à vista, denominado full hedge, em que há uma exposição exclusiva ao risco de base e o terceiro portfólio leva em conta uma quantidade ótima de contratos futuros a serem adquiridos que minimize o risco, isto é, o modelo de mínima variância, em que a métrica de comparação aplicada foi o desvio-padrão de cada carteira.
No período de safra, é observado uma maior efetividade do método de mínima variância em relação ao full hedge para as cinco praças em análise, no entanto, no período de entressafra, para as praças de Campo Grande e Cuiabá, o método de não realizar hedge se mostrou mais eficiente, visto que a proteção total ou parcial não se mostrou eficaz para a mitigação dos riscos e para as demais praças, o modelo de mínima variância atingiu uma eficiência em torno de 40% à 50%, dado as premissas adotadas.
Observou-se que os preços do boi gordo são marcados por fortes oscilações nos períodos de safra e entressafra, justificando a necessidade da realização do hedge e a busca pela estratégia mais eficaz para tal. Notou-se um aumento no risco de base no fim dos períodos de safra e entressafra para as praças analisadas, afetando os resultados do hedge, no qual o método de mínima variância se mostrou mais eficiente frente ao full hedge e ao método sem hedge, visto que define um nível ótimo de contratos a serem adquiridos, minimizando a volatilidade dos preços.
CRUZ, A. C.; LIMA, J. E.. Efetividade nas operações de hedge com contratos de boi gordo da BM&FBOVESPA. Revista de Economia e Administração, v.8, n.1, 120-140p, jan./mar. 2009. HULL, J. C.. Opções, Futuros e outros Derivativos. 9ª edição. Porto Alegre. Bookman, 2016. OLIVEIRA NETO, O. J. Análise das operações de hedge do boi gordo no mercado futuro da BM&F para o estado de Goiás. Dissertação (Mestrado em Agronegócio) – Universidade Federal de Goiás, Programa de Pós-Graduação em Agronegócio, 2008.