Resumo

Título do Artigo

O ETARISMO SOBRE O TRABALHADOR MAIS VELHO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
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Palavras Chave

Etarismo
Trabalhador mais velho
Revisão sistemática

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Genero, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Werenna Fernnanda Garcia Batista
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - São Paulo
2 - Diogo Reatto
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienópolis

Reumo

A radical transformação no padrão demográfico brasileiro com a redução das taxas de crescimento populacional em paralelo com aumento da população em idade ativa e da população idosa é uma preocupante realidade (BRASIL, 2016). Sendo assim, é possível inferir a necessidade da população em permanecer por mais tempo no mercado de trabalho para a sustentação da economia do país. Em contrapartida a esta realidade, o fenômeno do etarismo em relação a trabalhadores mais velhos tem se desenvolvido ao longo dos anos, o que é uma preocupação para a academia e para as organizações.
Este trabalho objetiva identificar, descrever e analisar, por meio de revisão sistemática, os estudos nacionais e internacionais produzidos sobre o etarismo em relação ao trabalhador mais velho a fim de mapear como está o campo de estudos sobre o tema e para rastrear possibilidades futuras de estudos e reflexões teóricas e práticas para as organizações e para a academia. No Brasil não foram encontradas revisões recentes que tratassem da temática com foco na produção em periódicos. Considera-se que este trabalho representa uma contribuição para a constituição desse campo de estudos.
O termo etarismo foi cunhado por Butler (1969, 1980) para descrever o preconceito no mercado de trabalho em relação à idade do trabalhador, sendo ele mais velho ou mais novo. São três seus aspectos inter-relacionados: 1) atitudes preconceituosas em relação aos mais velhos, à idade mais avançada, e aos processos de envelhecimento; 2) práticas discriminatórias contra as pessoas mais velhas, particularmente no trabalho; 3) políticas e práticas institucionais que perpetuam estereótipos, reduzem as oportunidades e deterioram a dignidade dos mais velhos (BUTLER, 1980).
Para a obtenção do corpus de análise, usou-se a revisão sistemática, um método rigoroso que permite compreender de maneira sucinta e profunda o estado-da-arte de um assunto, sua evolução, limitadores e perspectivas futuras. Buscaram-se artigos completos em língua portuguesa, inglesa e espanhola nas bases de dados Spell, SciELO e Web of Science por meio das palavras-chave etarismo; preconceito etário; envelhecimento; idosos; aposentadoria; terceira idade; trabalhador mais velho e ageism. As áreas do conhecimento consideradas foram Administração; Administração Pública e Economia.
Utilizou-se o Microsoft Excel para organizar um template de análise para os artigos selecionados. As dimensões analíticas do template foram: título, ano, autores, objetivo do estudo, revista publicada, resumo, tipo de pesquisa, estratégia de pesquisa, país, conclusões, lacunas para futuros estudos, anotações com principais temas levantados. As dimensões analíticas foram examinadas quantitativa e qualitativamente de forma articulada e integrada.
Sobre os focos de estudos do etarismo, notou-se predileção pelas pesquisas teóricas e quantitativas, o que sugere construção do campo de estudo com constante adição de proposições teóricas e estudos validativos. Os caminhos a serem trilhados pelos estudos suscitam necessidade de identificar quem é este trabalhador mais velho. Também apontam as atitudes em relação ao trabalhador mais velho e sua influência e impactos nos processos organizacionais, bem como a discriminação durante os subprocessos da área de Recursos Humanos.
BUTLER, R. N. Ageism: a foreword. Journal of Social Issues, v. 36, p. 8-11, 1980. BUTLER, R. N. Ageism: Another form of bigotry. The Gerontologist, v. 9, p. 243–246, 1969. GOLDANI, A. M. Desafio do Preconceito Etário no Brasil. Educ. Soc., v. 31, n. 111, p. 411-434, abr.-jun. 2010. NELSON, T. D. (Ed.). Ageism: Stereotyping and prejudice against older adults. Cambridge, MA: MIT Press. New York: Allyn & Bacon. 2004. SAMPAIO, RF; MANCINI, MC. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica.Rev. bras. fisioter., São Carlos , v. 11, n. 1, p. 83-89, 2007.