Resumo

Título do Artigo

MOTIVAÇÃO DISCENTE E A SUA RELAÇÃO COM O ESTRESSE NA GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Ensino e aprendizagem
estresse
motivação dos estudantes

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Ambientes de ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - Guilherme Ravazzi Squincalha
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FACIC
2 - EDVALDA ARAUJO LEAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Ciências Contábeis
3 - Taís Duarte Silva
-

Reumo

No decorrer do processo universitário, a aprendizagem é a preocupação de alguns pesquisadores que discutem a importância da motivação dos estudantes. A falta de motivação é um elemento frequentemente citado por estudantes e que pode contribuir para o estresse dos mesmos. Nesse sentido, destaca-se que o desenvolvimento desse estresse pode se dar durante o processo de adaptação do universitário, advindo o desenvolvimento desse fenômeno de fatores externos e internos. Tais fatores podem apresentar relação com a motivação extrínseca e/ou intrínseca dos estudantes (GUIMARÃES; BZUNECK, 2008).
O ingresso no ensino superior é um divisor de águas na vida de um indivíduo, sendo um momento chave na vida de um estudante, visto a necessidade de ele se adequar às diversas novas demandas que surgem nesse período. Assim, o que instigou o presente trabalho foi:: qual a relação da motivação acadêmica com o estresse em graduandos de Ciências Contábeis? Em consequência, estabelece-se como objetivo geral do estudo investigar a relação da motivação acadêmica com o estresse vivido por graduandos do referido curso em uma instituição de ensino superior federal pública brasileira.
O presente tem como base a Teoria da Autodeterminação para análise da motivação dos discentes. Essa teoria foi apresentada inicialmente por Deci e Ryan (1985), a qual propõe que os indivíduos tendem a ser estimulados à aprendizagem pela sua necessidade de se satisfazer e amadurecer. Para mensurar a incidência do estresse, utilizou-se a Escala de Estresse Percebido (Perceived Stress Scale), que é um instrumento proposto por Cohen, Kamarck e Mermelstein (1983). Os problemas psicológicos têm sido investigados no âmbito acadêmico e podem gerar consequências negativas para o bem-estar dos estudante
Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, mediante aplicação de questionários a 404 estudantes do curso de Contabilidade de uma instituição pública brasileira. Para coleta de dados foi elaborado um questionário com base na teoria autodeterminação e também da escala de estresse percebido. Para a análise dos resultados foram aplicados os testes estatísticos da análise fatorial exploratória para agrupar as variáveis da motivação dos estudantes e a regressão para analisar a relação dos fatores com o nível de estresse.
Os resultados apontam que os estudantes apresentaram um nível alto de estresse (45%). Os fatores motivacionais identificados explicam 60,26% da variação total dos dados. No teste da regressão verificou-se que a desmotivação apresentou relação direta com o estresse, os estudantes desmotivados apresentam-se mais estressados. Evidenciou-se também a relação da motivação extrínseca com o estresse. Já a motivação intrínseca apresentou relação inversamente proporcional com o nível de estresse, indicando que os estudantes que se sentem mais intrinsecamente motivados têm um nível de estresse menor.
Na análise da relação entre a motivação e o estresse dos discentes, identificou-se a motivação introjetada, a motivação identificada e a motivação intrínseca contribuem para predição do nível de estresse. Como resultado, verificou-se ainda que a relação foi negativa apenas para o fator de motivação intrínseca, indicando que estudantes motivados intrinsecamente apresentavam menor nível de estresse. Além disso, verificou-se que o fato de pertencer ao sexo feminino aponta para a possibilidade de um nível maior de estresse.
COHEN, S., KAMARCK, T., MERMELSTEIN, R. A global measure of perceived stress. Journal of Health and Social Behavior, v. 24, p. 385-396, 1983. GUIMARÃES, S. E. R.; BZUNECK, J. A. Propriedades psicométricas de um instrumento para avaliação da motivação de universitários. Ciências & Cognição, v. 13, 101-113, 2008. LEAL, E. A.; MIRANDA, G. J.; CARMO, C. R. S. Teoria da autodeterminação: uma análise da motivação dos estudantes do curso de ciências contábeis. Revista Contabilidade e Finanças, São Paulo, v. 24, n. 62, p. 162-173, ago. 2013.