Resumo

Título do Artigo

A Faixa de Ônibus Melhora a Vida do Passageiro? Uma Avaliação das Faixas Exclusivas de Ônibus na Cidade de São Paulo a partir da Velocidade de Deslocamento do Cidadão
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Palavras Chave

Métodos Quantitativos
Avaliação de Políticas Públicas
Mobilidade Urbana

Área

Tecnologia da Informação

Tema

Ciências de dados e Inteligência analítica

Autores

Nome
1 - João Akio Ribeiro Yamaguchi
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - São Paulo
2 - Maria Alexandra Cunha
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - IMQ

Reumo

Entre setembro de 2010 e setembro de 2017, o número de automóveis na cidade de São Paulo cresceu aproximadamente 23%, totalizando cerca de 8 milhões e meio de veículos (DETRAN, 2017). Já o número de passageiros transportados pelo transporte público via ônibus teve um leve declínio no período, indo de cerca de 249 milhões para 242 milhões de passageiros (SPTRANS, 2017a). Esse cenário de aumento do transporte privado em detrimento do transporte público impõe desafios na definição de estratégias de expansão e administração da mobilidade urbana municipal.
Este estudo busca medir o impacto de um equipamento específico no contexto do transporte público da cidade de São Paulo: as faixas de ônibus. Para isso, foram elencadas as linhas em que pelo menos 20% de seu trecho são ocupadas pelas faixas, 45 linhas no total; foram comparados os períodos de março de 2015, pré-instalação das faixas, e 2017, pós-instalação. A pergunta de pesquisa estabelecida foi “Existem ganhos de eficiência na velocidade média dos cidadãos nas linhas de ônibus após a construção das faixas exclusivas a partir de março de 2015? ”.
Para entender o contexto da política pública, foi realizada uma revisão de literatura do histórico da mobilidade urbana no brasil e do Plano de Mobilidade de São Paulo (PlanMob/2015). Mais adiante, para a interpretação das análises qualitativas, buscou-se referências sobre o comportamento do usuário na escolha entre modais e quando sujeito à alterações na tarifação dos meios de transporte.
Os procedimentos metodológicos se basearam na análise de amostras simuladas de velocidade para os dois períodos, ponderando pelos horários de maior demanda. Método foi dividido em quatro etapas: I) análise de poder estatístico para definir o número de observações a serem simuladas. II) simular valores dos horários mais utilizados a partir de dados de demanda média; III) simular valores de velocidade média baseado nos horários simulados anteriormente; IV) utilizar métodos de estatística multivariada para analisar as duas amostras simuladas de velocidade média ponderada.
Há diferenças estatisticamente significantes (valor-p<0,01) na velocidade do cidadão nas linhas de ônibus antes (16,60 km/h) e depois (16,98 km/h) das construção das faixas excluisivas construídas a partir de 2015 se compararmos a velocidade proporcionalmente aos horários de maior ou menor demanda; com tamanho de efeito baixo; e um incremento na velocidade da linha de aproximadamente 0,38 km/h.
Os resultados apontaram um ganho de eficiência nas linhas de ônibus a partir da implementação das faixas exclusivas. No entanto, este aumento de eficiência na forma de velocidade média do cidadão não pode ser considerado elevado, devido ao tamanho de efeito baixo. Uma das razões para isto pode ser a baixa cobertura das faixas exclusivas em relação ao trajeto completo da linha. Mesmo assim, pode-se apontar que quanto maior a cobertura da faixa exclusiva maior será o ganho de velocidade.
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