Resumo

Título do Artigo

IN(EFICIÊNCIA) DOS CLUBES DE FUTEBOL MAIS FORTES DO MUNDO SOB O ENFOQUE DA TEORIA INSTITUCIONAL E VARIEDADES DO CAPITALISMO
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Eficiência
Clubes de Futebol
Teoria Institucional

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - ANNA BEATRIZ GRANGEIRO RIBEIRO MAIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - Vanessa Ingrid da Costa Cardoso
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria

Reumo

Paralelamente à demanda de medição da eficiência econômico-financeira e desportiva dos clubes de futebol, que proporcione oportunidades de melhoria à gestão e de avaliação aos stakeholders, argumentos teóricos sustentam que a in(eficiência) dos clubes de futebol mais fortes do mundo podem ser explicados pelas diferentes pressões exercidas nas economias desenvolvidas e emergentes e os mecanismos de isomorfismo enraizados na Teoria Institucional e variedades do capitalismo.
Nesse contexto, emerge a seguinte questão de pesquisa: Quais as diferenças da eficiência dos clubes de futebol de países desenvolvidos e os clubes de futebol de países emergentes? Para responder a essa questão, o presente estudo propõe-se a investigar a (in)eficiência econômico-financeira e desportiva dos clubes de futebol mais fortes do mundo, de países em economias desenvolvidas e emergentes.
A eficiência é função de diferentes instituições sociais nas quais todos os relacionamentos se encontram, incluindo leis, trabalho, sistema político (MACKINNON, 2012). Logo, sob a perspectiva institucional, os clubes de futebol variam por função (com ou sem fins lucrativos), tamanho, estrutura (tecnologia), cultura e capacidade de mudança (competitividade e sustentabilidade), e todos influenciam (e são influenciados por) o campo organizacional e ambiente institucional (JUDGE; DOUGLAS; KUTAN, 2008).
Este estudo desenvolveu-se a partir de dados obtidos nas demonstrações contábeis de 91 clubes mais fortes do mundo, ranqueados pelo Club World Ranking - CWR (IFFHS, 2018), referente à última temporada (2017-2018), de 22 países. Por meio de um estudo de natureza quantitativa e com fins descritivos, foram utilizadas as técnicas econométricas: estatística descritiva, teste T, correlação e regressão linear múltipla.
Observa-se com base no teste F, que os dois modelos de regressão linear múltipla foram válidos, indicando que pelo menos uma variável é significante e afeta a eficiência. O modelo 1 indica que o Tamanho influencia positivamente a eficiência desportiva (ISE), corroborando achados de Yasar, Isik e Calisir (2015), Barbosa et al. (2017) e Xu (2018). Já no modelo 2, ser de país-membro da OCDE (Mercado) influencia positivamente a eficiência financeira (IFE), em harmonia à Teoria Institucional (DIMAGGIO; POWELL, 1983) e Variedades do Capitalismo (HALL; SOSKICE, 2001).
Apenas a segunda, quarta e quinta hipóteses foram rejeitadas, tendo em vista que a análise de regressão não revelou efeito estatisticamente significante da Função, da Estrutura ou da Cultura na eficiência dos clubes mais fortes do mundo. Por outro lado, Mercado e Tamanho influenciam positivamente IFE e ISE, respectivamente. Conclui-se que clubes de futebol de países desenvolvidos são mais eficientes do que clubes de futebol de países emergentes, sendo estatisticamente significante sua influência positiva na eficiência financeira (IFE).
BARBOSA, A.; DANTAS, M. G.; AZEVEDO, Y.; HOLANDA, V. Fiscal responsibility strategy in brazilian football clubs: a dynamic efficiency analysis. Brazilian Business Review, v. 14, n. Special Ed, p. 45-66, 2017. DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, v. 48, n. 2, p. 147160, 1983. JUDGE, W. Q.; DOUGLAS, T. J.; KUTAN, A. M. Institutional antecedents of corporate governance legitimacy. Journal of Management, v. 34, n. 4, p. 765-785, 2008.