Resumo

Título do Artigo

CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL E OS ARTEFATOS DE PLANEJAMENTO NAS COMPANHIAS ESTADUAIS DE SANEAMENTO BÁSICO
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Palavras Chave

Ciclo de vida nas organizações
Artefatos de planejamento
Teoria Contingencial

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Processo Estratégico nas Organizações

Autores

Nome
1 - Etienne Unias de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - PPAC
2 - Lizy Manayra Santos Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
3 - Rafael Straus Timbó Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
4 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC

Reumo

Pesquisas sobre o ciclo de vida nas organizações e artefatos gerenciais são bastante difundidas no meio acadêmico, mas o relacionamento entre os temas ainda não está suficientemente claro. Para sobreviverem em um ambiente dinâmico e complexo, as organizações buscam ferramentas que lhes possibilitem responder com eficácia a desafios cada dia maiores, e, consequentemente, alcançar seus objetivos. Dentre as ferramentas estratégicas utilizadas pelas organizações, destacam-se o planejamento estratégico, o orçamento e o controle orçamentário (KLANN et al., 2012).
Diante do cenário exposto, se insere a seguinte questão que direciona o presente estudo: Qual a relação entre os estágios de ciclo de vida organizacional e os artefatos de planejamento utilizados pelas companhias estaduais de saneamento básico? Nessa perspectiva, adotou-se o modelo de Miller e Friesen (1984) para classificação das companhias nos estágios do ciclo de vida. O estudo assume o seguinte objetivo geral: investigar a relação entre os estágios de ciclo de vida organizacional e os artefatos de planejamento utilizados pelas companhias estaduais de saneamento básico.
Uma organização ótima é aquela que atende a quatro fatores contingenciais: estrutura, tamanho, incerteza quanto às tarefas e tecnologia (DONALDSON, 2007). À luz da Teoria Contingencial, esses fatores refletem as condições do ambiente em que a organização está inserida. A adaptabilidade representa o centro da abordagem acerca das interações da empresa com o ambiente e essas interações influenciam as mudanças ao longo do tempo. Ressalta-se ainda que as organizações se desenvolvem por meio de estágios distintos, com a utilização de práticas de gestão compatíveis com a exigência de cada um deles.
O desenvolvimento da pesquisa compreendeu três etapas: classificação das empresas, conforme o modelo de ciclo de vida de Miller e Friesen (1984); identificação da utilização dos artefatos propostos por Frezatti et al. (2010); e o cruzamento entre os estágios do ciclo de vida e os artefatos utilizados nas empresas. A pesquisa reúne 12 companhias que responderam ao questionário de Frezatti et al. (2010) adaptado à realidade do setor. Foram igualmente consultados os relatórios de gestão e de sustentabilidade das companhias e o relatório do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.
Nota-se uma concentração das empresas de saneamento básico no estágio rejuvenescimento, o que pode significar uma busca por maior capacidade de inovação para atuar em mercados mais complexos e heterogêneos, visando a garantir o desenvolvimento sustentável do setor. Os resultados apontaram que, quanto à evidenciação dos artefatos, destaca-se o planejamento estratégico, enquanto o controle interno foi o artefato menos utilizado. No que tange aos fatores contingenciais, nota-se uma confirmação teórica, já que estão presentes em todos os estágios do ciclo de vida e nos processos gerenciais.
Constatou-se que a maioria das empresas de saneamento básico encontrava-se no estágio de rejuvenescimento. Nota-se que os processos gerenciais mais sofisticados não necessariamente se encontram em um estágio específico, de modo que não foi possível concluir que eles impulsionam as empresas para estágios mais elevados. Verificou-se ainda uma diferenciação quanto ao uso de artefatos e seus processos gerenciais em um mesmo ciclo, podendo estimular estudos futuros nesse sentido. Concluiu-se que não há uma relação evidente entre os estágios do ciclo de vida e os artefatos de planejamento.
DONALDSON, L. Teoria da contingência estrutural. In: CLEGG, S.; CHARDY, C.; NORD, W. (Org.). Handbook de estudos organizacionais: modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2007. Vol. 1, p. 104-105. FREZATTI, F. et al. Perfil de planejamento e ciclo de vida organizacional nas empresas brasileiras. Revista de Administração, v. 45, n. 4, art. 6, p. 383-399, 2010. MILLER, D.; FRIESEN P. H. A longitudinal study of the corporate life cycle. ManagementScience, Global, v. 30, n. 10, p. 1.161, Oct. 1984.