Resumo

Título do Artigo

Coletivos no contexto da universidade pública: um ensaio teórico
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Palavras Chave

Universidade pública
Coletivos
Diversidade

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Genero, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Marina Carvalho Freitas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC)
2 - Igor Porto David
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis

Reumo

Os últimos 15 anos foram marcados pelo crescimento do sistema de ensino superior no Brasil, eliciado pela profusão de faculdades privadas e pela expansão e interiorização da rede federal de universidades. A mudança do perfil dos alunos nas universidades públicas, agora não mais apenas elitizados e branqueados, trouxe à tona novas questões. Embora o contexto venha se modificando e se igualando cada vez mais à realidade brasileira, os temas de diversidade, relações de poder e preconceito ainda são muito presentes, visto a profusão de coletivos de tais grupos nas universidades pelo país.
Quais elementos favorecem a militância em coletivos no contexto da universidade pública? Tal questão é colocada, uma vez que tanto as teorias que discutem a universidade pública brasileira, como toda a sua institucionalização legal, ampliam a compreensão de algumas possíveis razões para a existência de coletivos universitários e a contínua participação dos estudantes nestes. O objetivo central do presente artigo, decorre imediatamente do problema de pesquisa: Discutir os elementos que favorecem a militância em coletivos no contexto da universidade pública.
A universidade, como uma instituição escolar, é capaz de condicionar a vida social a partir da formação técnica, profissional, científica e cultural. Transformações recentes no modo de acesso às universidades públicas fazem com estas instituições presenciem a inclusão de grupos historicamente excluídos da formação superior. Estes grupos organizam-se por meio de coletivos, que surgem da necessidade de troca de experiências, acolhimento e percepção de que a universidade muitas vezes não é suficiente para assegurar a representatividade de suas causas.
Foram discutidos quatro elementos presentes na universidade pública e que podem favorecer a militância em coletivos: o primeiro diz respeito à própria formação prevista, que pressupõe a reflexão sobre a sociedade em geral, para além da formação meramente profissional; Em seguida, o incentivo a participação estudantil e a existência da gestão democrática; Discute-se também a abertura da universidade pública para discussões e reflexões; e, por fim, é debatido o fato de que a ampliação do acesso, por si, não foi capaz de modificar as relações de poder e opressão.
Conclui-se que a ampliação e expansão do acesso às universidades públicas per si não garante a democratização por completo (GUIMARÃES; STEIL, 2006). O preconceito, relações de poder e hierarquias determinadas historicamente ainda se fazem presentes, fazendo com que muitas vezes os sujeitos entrem, mas não permaneçam no cenário universitário e, nesse sentido, os coletivos se consolidam como uma forma de união, acolhimento e fortalecimento de grupos inseridos no contexto da diversidade, problematizando e atuando no sentido de transformação e emancipação (GUIMARÃES; SILVA, 2015).
GUIMARÃES, C. F; SILVA, R. A. N. Notas para a problematização do coletivo no campo da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, p. 913-924, 2015. GUIMARÃES, A. S. A; STEIL, C. A. Cotas raciais na universidade: um debate. UFRGS Editora, 2006. RISTOFF, D. I A tríplice crise da universidade brasileira. Avaliação - Revista da Avaliação da Educação Superior, v. 4, n. 3, 1999. TEIXEIRA, A. Notas para a história da educação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.37, n.85, jan./mar. 1962. p.181-188.