Resumo

Título do Artigo

Economias de aglomeração e universidades: qual a influência no desempenho de inovação regional?
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Palavras Chave

Sistema Regional de Inovação
Economias de aglomeração
Universidades

Área

Gestão da Inovação

Tema

Organização, Processos e Projetos de Inovação

Autores

Nome
1 - Leonardo Anésio da Silva
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE (UNIFEBE) - Brusque
2 - Paula Carolina Ferretti
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Campus I
3 - Adriana Kroenke
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

A interação de empresas e universidades no processo de inovação é tida como fonte de geração e difusão de novos conhecimentos (KLINE; ROSENBERG, 1986). Paralelamente, a proximidade geográfica entre os agentes do processo de inovação tem se confirmado como catalisador do desempenho inovador para as empresas (FELDMAN, 1993). As características territoriais podem facilitar ou dificultar a ocorrência do processo de inovação (FELDMAN, 1993). Desenvolver um território propício para o processo de inovação tornou-se um tópico relevante no âmbito regional (DOLOREUX; PARTO, 2005).
A literatura apresenta-se inconclusiva na compreensão das características das economias de aglomeração e da influência das universidades no desempenho de inovação regional (LAZZERETTI; CAPONE, 2016). Poucos estudos abordam a problemática das economias de aglomeração em países subdesenvolvidos (LUNDVALL et al., 2011). No contexto brasileiro, há poucos estudos em uma perspectiva territorial ampla e em nível regional (BAHIA; SAMPAIO, 2015). Desse modo, este estudo tem como objetivo analisar a influência das economias de aglomeração e das universidades no desempenho de inovação regional.
O desenvolvimento de economias internas à empresa, geram economias de aglomerações externas (FUJITA; KRUGMAN; VENABLES, 2002), caracterizadas pela especialização da atividade econômica local, externalidades de diversidade e externalidades de competição (GLAESER et al., 1992). O acesso das empresas a fontes externas de conhecimento, torna-se cada vez mais relevante para o processo de inovação (CAMAGNI; CAPELLO, 2013). A relação síncrona entre universidades e empresas, produzem externalidades, que em grande medida são confinadas ao território o qual originou o conhecimento (FELDMAN, 1993).
A pesquisa classifica-se como descritiva. Tratando-se dos procedimentos adotados, identifica-se como documental, utilizando dados disponibilizados por institutos de pesquisa e órgãos governamentais. Quanto a abordagem é quantitativa, utilizando-se dos procedimentos metodológicos DP2 e Regressão Linear de dados em painel. Utiliza-se cinco variáveis: desempenho de inovação regional (dependente), economias de aglomeração e universidades (independentes) e regiões (controle). A população corresponde a todas as 133 regiões intermediárias brasileiras entre os anos de 2008 à 2016.
Os resultados apresentaram significância estatística na análise do Teste F, indicando a existência de relacionamento linear entre as variáveis independentes e dependente. Em relação aos testes para análise em painel, verifica-se que o teste de Chow rejeitou H_o indicando a utilização dos efeitos fixos. As universidades possuem influência superior no desempenho de inovação em relação a variável aglomeração em todas as análises, entretanto, as regiões classificadas como Reg_urban possuem menor índice quando comparado com as rurais.
As economias de aglomeração e as universidades influenciam positivamente o desempenho de inovação regional. As regiões tendem a variar no aproveitamento das externalidades para o desenvolvimento de inovações. A relação entre as universidades e o desempenho de inovação é mais presente nas regiões predominante rurais. As regiões com níveis superiores de urbanização tendem a se beneficiar mais das economias de aglomeração. Há algumas limitações para considerar em pesquisas futuras como o uso de indicadores mais homogêneos e abrangentes e a análise separada da influência de cada externalidade.
FELDMAN, M. P. An examination of the geography of innovation. An Examination of the Geography of Innovation, 1993. LAZZERETTI, L.; CAPONE, F. How proximity matters in innovation networks dynamics along the cluster evolution. A study of the high technology applied to cultural goods. Journal of Business Research, p. 1–11, 2016. LUNDVALL, B. Å. et al. Handbook of innovation systems and developing countries: building domestic capabilities in a global setting. Edward Elgar Publishing, 2011.