Resumo

Título do Artigo

Um ensaio sobre o desempenho econômico-financeiro das sociedades cooperativas sob as dimensões de mercado, do cooperado e do desenvolvimento regional
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Palavras Chave

Desempenho
Cooperativas
Teoria dos stakeholders

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Paola Richter Londero
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
2 - Anelise Krauspenhar Pinto Figari
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Ciências Contábeis
3 - Luana Zanetti Trindade Ferraz
FEA-RP/USP - Departamento de Contabilidade
4 - Fabiana Cherubim Bortoleto
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Depto Administração

Reumo

Usualmente, para subsidiar a tomada de decisões organizacionais, os gestores fazem uso da análise de indicadores como forma de avaliação do desempenho econômico-financeiro. Tal processo, geralmente, segue padrões esperados de análise, gerando indicadores pré-estabelecidos e reconhecidos pela literatura e pelo mercado. No que se refere às cooperativas, a avaliação do desempenho econômico-financeiro carece de maior aprofundamento, principalmente devido à natureza, valores, princípio e estrutura de funcionamento das cooperativas que as tornam arquiteturas organizacionais peculiares.
Este ensaio propõe a utilização da abordagem multidimensional na avaliação do desempenho econômico-financeiro das cooperativas, contemplando as dimensões de mercado, dos cooperados e do desenvolvimento regional no processo de tomada de decisão.
As cooperativas, por vezes, são avaliadas como se tivessem a mesma natureza e finalidade do que as demais organizações, afinal, encontram-se no mesmo ambiente institucional. Para tanto, utilizam-se as mesmas técnicas e indicadores para se avaliar o desempenho econômico-financeiro. Contudo, para contemplar as características peculiares das cooperativas, tais como o cunho social, diferentes funções de atuação do proprietário e preocupação com a comunidade, torna-se necessário explorar as dimensões do capital social, vinculadas aos cooperados, e do desenvolvimento regional.
A teoria da firma é a teoria que embasa os instrumentos financeiros, contábeis e gerenciais das organizações; essa abordagem tem como parâmetro do sucesso empresarial a meta financeira, tipicamente representada pelo lucro, o que parece incompatível com a dimensão do cooperado e o desenvolvimento regional. Assim, Royer (2014) defende ainda que a análise do comportamento das cooperativas e seus cooperados deve estar centrada na teoria neoclássica ou na “nova economia institucional”, sendo essa uma abordagem que tem sido usada para fornecer insights adicionais em comportamento cooperativo.
A dimensão de mercado permite que os gestores visualizem o negócio da cooperativa de forma competitiva, tendo como base o ambiente competitivo em que a organização está inserida. Adicionalmente, a dimensão dos cooperados permite a incorporação de métricas de retorno e relacionamento com o fornecedor e cliente, que, no caso da cooperativa, é assumida pelo próprio cooperado. Já com a incorporação da dimensão de desenvolvimento regional, a decisão do gestor também passa a contemplar a análise das externalidades geradas na comunidade pela cooperativa.
BOLAND, M. A.; BARTON, D. G. Overview of research on cooperative finance. Journal of Cooperatives, v.27, n.1, p.1-14. 2013. FREEMAN, R. E.. The politics of stakeholder theory: Some future directions. Business ethics quarterly, p.409–421, 1994. HELMBERGER, P.; HOOS, S. Cooperative enterprise and organization theory. Journal of Farm Economics, v.44, n.2, p.275–290, 1962. OSTROM, E. Governing the Commons: The Evolution of Institutions for Collective Action. Cambridge University Press, 1990. ROYER, J. S.. The neoclassical theory of cooperatives: part i. Journal of Cooperatives, v.28, n.1, 2014.