Resumo

Título do Artigo

Estratégia proativa de sustentabilidade: adaptação e validação de uma escala para pequenas e médias empresas brasileiras
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Palavras Chave

Análise Fatorial Confirmatória
Escala
Mensuração

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Estratégia e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Willerson Lucas Campos-Silva
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
2 - João Amato Neto
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Politécnica
3 - Mary Fernanda de Sousa de Melo
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
4 - Roberta de Castro Souza Pião
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica

Reumo

Apesar da menor escala de operação das pequenas e médias empresas (PMEs), comparativamente com uma grande empresa, a grandeza da coletividade dessas empresas é relevante, pois são capazes de causar tanto impactos negativos como causar relevantes impactos positivos ao meio ambiente e à sociedade. Ainda que existam escalas para medir uma estratégia ambiental proativa (Aragón-Correa et al., 2008) a literatura ainda carece de escalas que integrem as três dimensões da sustentabilidade e mensurem a estratégia proativa de sustentabilidade no nível organizacional.
O objetivo da pesquisa é adaptar e validar a escala de Torugsa, O’Donohue e Hecker (2012) no contexto das PMEs brasileiras. Em suma, este estudo busca contribuir ao oferecer aos pesquisadores brasileiros uma escala validada inédita em português com alto potencial de aplicação em estudos sobre sustentabilidade. Bem como, fornece a descrição de procedimentos de validação de escalas, apresentando os índices estatísticos mais comuns, para apoiar a capacitação em pesquisa. Desse modo, esperamos estimular o desenvolvimento de novos estudos direcionados a entender esse fenômeno.
É fundamental para as PMEs alcançarem um desempenho superior a integração de princípios de sustentabilidade, em suas vertentes econômica, ambiental e social, ao seu negócio. Para se obter um alinhamento entre as características das PMEs com o seu potencial de engajamento em ações sustentáveis, é preciso identificar os fatores que as influenciam para adotar tais iniciativas. A implementação de práticas sustentáveis por parte das PMEs depende das características e valores do fundador, o impacto competitivo, possibilidades de inovação, o desejo de se diferenciarem, regulamentação, dentre outros.
Para aplicação no contexto brasileiro, inicialmente, foi feito o processo de validação das variáveis identificadas na literatura por meio da tradução reversa da língua inglesa para portuguesa. A escala foi do tipo Likert de sete pontos. A amostra foi composta por 101 PMEs brasileiras. A escolha dos respondentes foi feita com base na metodologia de informantes-chave. Para validação utilizou-se da análise fatorial confirmatória, sendo verificado a validade da escala adaptada a partir de análises de unidimensionalidade, confiabilidade simples e composta e, variância extraída.
Foram considerados válidos 101 casos, representando variações de características organizacionais, incluindo PMEs de 15 a 490 funcionários, desde empresas recém-formadas até empresas com mais de cem anos de fundação. Na validação de construtos, por meio da análise fatorial confirmatória verificou-se de forma satisfatória a unidimensionalidade, confiabilidade simples (alfa> 0,5) e composta (CR > 0,7) e análise de variância extraída (AVE>0,5). Os fit índices obtidos refletem um ajustamento moderado do modelo.
Ao realizar a análise das cargas fatoriais verificou-se a necessidade da exclusão de dois itens por apresentarem baixa correlação com seu fator, prejudicando o ajuste do modelo. Tendo como base as análises estatísticas, a versão na língua portuguesa foi validada sendo composta por vinte e cinco itens, fornecendo assim, a adaptação e a validação da escala de estratégia proativa de sustentabilidade para as pequenas e médias empresas brasileiras.
Aragón-Correa, J. A. et al. (2008) ‘Environmental strategy and performance in small firms: A resource-based perspective’, Journal of Environmental Management, 86(1), pp. 88–103. doi: 10.1016/j.jenvman.2006.11.022. Torugsa, N. A., O’Donohue, W. and Hecker, R. (2012) ‘Capabilities, proactive CSR and financial performance in SMEs: Empirical evidence from an Australian manufacturing industry sector’, Journal of business ethics. Springer, 109(4), pp. 483–500.