Resumo

Título do Artigo

EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS FEMININOS: A EXPERIÊNCIA DE UM BANCO COMUNITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Microfinanças
Banco comunitário de desenvolvimento
Empreendimentos solidários femininos

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Genero, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Katia Regina Calixto Brasil
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ (UESPI) - Teresina
2 - Fabio Schilling
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR) - PPGA
3 - Rafael Fernandes de Mesquita
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ (IFPI) - Piripiri

Reumo

Os chamados “bancos tradicionais” costumam centralizar e executar as suas atividades baseados em procedimentos formais e burocratizados, enquanto as Instituições de Microfinanças Social (IMFS) tentam trabalhar combinando processos formais e informais. Além disso, investem em grupos de Empreendimentos Solidários (ES) organizados para o desenvolvimento de suas atividades, em que a obrigação de honrar o pagamento do empréstimo é importante para sua aceitação social no grupo e na sociedade.
Como se relacionam processos de concessão do microcrédito e o desenvolvimento de empreendimentos solidários femininos? Os grupos de ES, grande maioria na tomada de microcrédito junto ao banco, tinham como objetivo a aquisição de matéria prima e expansão da produção e comercialização dos seus produtos, o que foi proporcionado pela linha de crédito produtivo (COSTA, 2010). Nesta direção, o objetivo da pesquisa é compreender a relação entre os processos de concessão do microcrédito e o desenvolvimento de empreendimentos solidários femininos.
As microfinanças foram criadas para oportunizar e melhorar as condições de vida de uma população sem acesso ao sistema de crédito financeiro tradicional. Historicamente, a necessidade de assistência e políticas voltadas para o atendimento de pessoas de baixa renda deu inicio às Instituições de Microfinanças, efetivamente voltadas para o combate da pobreza por meio da concessão de microcrédito. Iniciativas positivas de criação dessas Instituições em países como Bangladesh, Indonésia e Bolívia, por volta da década de 1970, foram fundamentais para a expansão do acesso ao crédito financeiro.
A pesquisa utilizou a abordagem qualitativa, que tem como premissa analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade e subjetividade das respostas dos entrevistados (VERGARA, 2010, p. 2). Para a coleta de dados, foi realizado um pré-teste com os gestores do banco e com 02 representantes de ES administrados por mulheres. Após esta primeira coleta, houve retorno à cidade de São João do Arraial, local onde se situa o Banco dos Cocais, para a aplicação de uma nova entrevista com o gestor atual do banco, bem como com 07 representantes dos grupos administrados por mulheres.
As atividades do Banco dos COCAIS, começaram com a oferta de duas linhas de microcrédito: o microcrédito solidário, destinado às pessoas físicas que passavam por alguma dificuldade no seu dia a dia e o microcrédito produtivo, concedido para grupo de economia solidário coletivo. Novos empréstimos eram concedidos à medida que os pagamentos das parcelas dos grupos fossem sendo quitados.O processo tem uma metodologia própria que é repassada pelo Instituto Palmas, sendo adotada por todos os bancos comunitários implantados em território nacional.
Como aspectos positivos neste processo, foram identificados: a gestão dos processos e metodologia própria para a concessão do crédito; a aceitação da moeda social em todo o comércio local; o sentimento de pertencimento de que o banco é das pessoas do lugar; a existência de parcerias (convênios) do banco; a ausência de garantias formais e informais para concessão do crédito; linha de crédito própria para a concessão de crédito (produtivo); priorização da concessão de crédito para grupos coletivos de mulheres; o papel da vizinhança como coparticipes no processo de liberação do crédito.
BITTENCOURT MARCONATTO, D.; CRUZ, L. B.; PEDROZO, E. A. Going beyond microfinance fuzziness. Journal of Cleaner Production, v. 115, p. 5-22, 2016. FRANÇA FILHO, G. C. de; LAVILLE, J. L. Economia solidária: uma abordagem internacional. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2004. NERI, M. Microcrédito, o mistério nordestino e o Grameen Brasileiro: perfil e performance dos clientes do CrediAmigo. Rio de Janeiro: FGV, 2008.