1 - Virginia Aparecida Castro UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEAUSP - Ribeirão Preto
2 - Franklin de Souza Meirelles Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - São Paulo
Reumo
Nesse sentido, uma estratégia existente para alcance de vantagem competitiva é a verticalização (integração vertical), ou seja, o desenvolvimento interno (pela própria firma analisada) de atividades que poderiam ser realizadas por outras empresas fora da firma. De acordo com Besanko et al (2006), a verticalização é recomendada quando a atividade é fonte de vantagem competitiva e os ganhos capturas superam os custos de internalização.
Assim sendo, o objetivo geral desse trabalho é analisar a geração/captura de valor no setor vitivinicultor brasileiro com base em estratégias de integração vertical e diferenciação.
O conceito de valor relacionado à estratégia foi apresentado pelo próprio Porter (1992), a partir da Cadeia de Valor. Toda empresa possui a sua própria cadeia, com as atividades executadas para desenvolver e entregar seus produtos. A cadeia de valores de uma empresa é desenvolvida baseada em sua história e a forma como implementa suas estratégias. A forma como duas empresas em um mesmo segmento competitivo diferencia suas cadeias de valor são as bases para a vantagem competitiva.
Pesquisa exploratória e de natureza qualitativa. Foram realizadas entrevistas presenciais com 11 vinícolas da região da Serra Gaúcha (RS) e os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo.
Os resultados apontam uma transição de um modo de produção em que o agricultor cultivava a uva e a vendia para outras empresas produzirem o vinho para um novo modelo surgido a partir dos anos 90 em que esse produtor utiliza a verticalização e passa a gerir outros elos da cadeia como vinificação, embalagem, rotulagem, marca própria. Além disso, passa a realizar as vendas de seus produtos seja por meio de loja física e/ou virtual. Atua, ainda, por meio de associações que alcançaram Indicações Geográficas e o projeto Wines of Brazil em que o apoio governamental e enoturismo.
O estudo possibilitou o entendimento de como pequenos produtores agrícolas lidam com decisões estratégicas em busca de captura de maiores margens, considerando a distância dos mesmos com o consumidor final e consequente compartilhamento do valor percebido por eles com demais elos da cadeia, em especial processadores e distribuidores. Por conta disso, essas estratégias de integração vertical e diferenciação de produtos e ofertas estão se tornando cada vez mais valorizadas pelos produtores.
BARBER, E. How to measure the “value” in value chains. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, v. 38, n. 9, p.685-698, 2008.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70, 211.
BESANKO, D.; DRANOVE, D.; SHANLEY, M.; SCGAEFFER, S. A economia da estratégia (3. ed.). Porto Alegre: The Bookman, 2006, 608 p.
BOURLAKIS, M.; MAGLARAS, G.; FOTOPOULOS, C. Creating a “best value supply chain”? Empirical evidence from the Greek food chain. The International Journal of Logistics Management, v. 23, n. 3, p. 360-382, 201