Resumo

Título do Artigo

QUEBRANDO O TETO DE VIDRO: EXPERIÊNCIAS E PERCEPÇÕES DAS PRESIDENTES DOS CONSELHOS REGIONAIS DE CONTABILIDADE
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Palavras Chave

Conselho Regional de Contabilidade
Profissionais da contabilidade
Teto de vidro

Área

Finanças

Tema

Contabilidade e Sociedade

Autores

Nome
1 - Edmery Tavares Barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Finanças e Contabilidade - CCSA
2 - João Paulo Resende de Lima
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - PPGCC
3 - RAFAELLA ALVES GONÇALO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - CAMPUS I

Reumo

Embora o aumento no número de profissionais registradas junto ao CFC e de graduandas, a participação das mulheres nas presidências e demais cargos de gestão dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) ainda se mostra baixa, visto que para a gestão 2018/2019 temos apenas sete mulheres exercendo cargos de presidências (NASCIMENTO, 2018). Tal resultado de sete presidentes mulheres é símbolo de muita luta e uma vitória a ser conquistada, visto que como aponta Barbosa (2017) quando analisamos os sites dos 27 CRCs identificam-se apenas 21 mulheres presidentes.
O presente estudo, busca ampliar a discussão dos achados de Barbosa (2017). Nesse contexto, a questão de pesquisa que se apresenta é: Qual a percepção das profissionais de contabilidade ocupantes do cargo de presidentes, em exercício ou não, dos CRCs sobre a desigualdade de gênero na profissão contábil no Brasil?
O fenômeno ao qual é comumente atribuída a dificuldade de ascensão profissional das mulheres é o “glass ceiling”, sendo caracterizado pela existência de barreiras muitas vezes invisíveis que dificultam ou impedem a ascensão profissional da mulher (LIMA et al., 2013). No contexto da Contabilidade, Souza, Voese e Abbas (2015) analisaram se mulheres contadoras mais jovens estão rompendo o glass ceiling, na busca pela progressão na carreira contábil.
A pesquisa foi realizada com as profissionais de contabilidade, em exercício ou não no cargo de presidente de Conselho Regional de Contabilidade (CRC), no Brasil. Segundo levantamento feito no início de 2019, a quantidade de contadoras que presidiram ou presidem os CRCs somam o total de 33 profissionais que passaram pelo cargo, sendo este o universo da pesquisa. Desse total, foram obtidos 12 questionários devidamente respondidos.
As respondentes R6, R8 e R9, iniciaram suas atividades no CRC como conselheiras. A respondente R7 iniciou participando de grupo de trabalho e comissão. A responde R10 foi a única que iniciou suas atividades diretamente como presidenta do conselho. A R11 respondeu que sempre apoiou os projetos do conselho em seu estado, mas sem compor nenhum cargo, efetivando sua participação como presidenta em anos posteriores. E, por fim, a respondente R10, iniciou participando da comissão na área da educação, posteriormente ocupando o cargo de conselheira.
Quanto as barreiras encontradas pelas presidentes ao longo de sua profissão e no curso de seus mandatos, elas existiram, destacando-se como sendo os principais desafios a gestão dos empregados e causas trabalhistas, a gestão financeira com o desafio de gerir um conselho sem recursos, equilibrar a vida profissional, pessoal e classista, e simplesmente ser mulher, pelo preconceito sentido, vindo de conselheiros e funcionários por ter uma mulher à frente do conselho, assim como desconfiança quanto a uma gestão feminina.
BARBOSA, E. T. Mulheres no conselho regional de contabilidade da Paraíba: uma análise à luz da teoria do poder simbólico de Bourdieu. Orientadora: Márcia Zanievicz da Silva. 2017. 198 f. Dissertação (Mestrado em Contabilidade) – Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2017. HAYNES, Kathryn. Transforming identities: Accounting professionals and the transition to motherhood. Critical Perspectives on Accounting, v. 19, n. 5, p. 620-642, 2008.