Resumo

Título do Artigo

DESEMPENHO E RISCO DE FUNDOS MULTIMERCADO NO BRASIL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DA AGÊNCIA
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Palavras Chave

Desempenho
Fundos Multimercados
Teoria da Agência

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Sabrina Espinele da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD
2 - LETICIA F PEREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
3 - Marcos Antônio de Camargos
FACULDADE IBMEC (IBMEC) - Minas Gerais
4 - Robert Aldo Iquiapaza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD

Reumo

A contratação de fundos de investimentos constitui uma relação de agência, por meio da qual o investidor (principal) delega responsabilidades a um gestor (agente) para executar em seu nome o serviço de manutenção e montagem da carteira. Em um contexto de assimetria informacional, Jensen e Mecking (1976) discutem que, se ambas as partes são maximizadoras de utilidade, existe uma probabilidade de que o agente nem sempre aja de acordo com os interesses do principal.
Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a possível existência de conflito de agência entre investidor e gestor de fundos multimercados no Brasil, associado ao nível de monitoramento do cotista e a experiência profissional do gestor, analisando os impactos no desempenho e risco entregues aos investidores.
Estudos internacionais apontam que o nível de monitoramento dos cotistas, assim como, o tempo de experiência do gestor, podem ser possíveis preditores do risco e desempenho dos fundos, uma vez que os interesses de investidores, gestores e administradores podem divergir. Assim, conforme apontam os resultados da literatura, quanto maior a qualificação dos investidores para acompanhar e monitorar as ações dos gestores maior tende a ser o desempenho entregue ao cotista.
A amostra consistiu-se nas informações mensais de 6.230 fundos multimercados para o período compreendido entre janeiro de 2009 e janeiro de 2018. Foram estimados dois modelos de regressão múltipla para dados em painel pooled. O primeiro modelo teve o Índice de Sharpe como variável explicada, enquanto o segundo modelo teve como objetivo explicar o VAR (medida de risco).
Os principais resultados mostraram que os fundos destinados a investidores qualificados e fundos em que o administrador e o gestor coincidem, possuem melhor relação risco/retorno medida pelo índice de Sharpe. Adicionalmente, constatou-se que gestores mais experientes tendem a assumir maior risco.
Foi possível identificar a existência de conflito de agência nos fundos multimercados brasileiros e inferir que o nível de qualificação dos cotistas possui relação positiva com o desempenho. Além disso, também se identificou uma relação negativa entre o nível de monitoramento dos cotistas e o risco dos fundos, mostrando que fundos onde os investidores possuem maior capacidade de monitoramento são menos arriscados.
James, C., & Karceski, J. (2006). Investor monitoring and differences in mutual fund performance. Journal of Banking & Finance, 30, 2787–2808. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2005.11.003 Jensen, C., & Meckling, H. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305–360. Ma, L., Tang, Y., & Gómez, J.-P. (2019). Portfolio Manager Compensation in the U . S . The Journal of Finance, LXXIV(2). https://doi.org/10.1111/jofi.12749 Yin, C. (2016). The Optimal Size of Hedge Funds : Conflict. The Journal of Finance, LXXI(4).