Resumo

Título do Artigo

LIQUIDEZ BANCÁRIA E TAXA DE JUROS: ANÁLISE DA SINERGIA DIANTE DA RECESSÃO ECONÔMICA
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Taxas de juros
Risco de liquidez
Bancos

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital, Valor e Reestruturações

Autores

Nome
1 - Camila Otim Gomes
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA (UNICEUB) - Taguatinga II
2 - Wanderson Rocha Bittencourt
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Campus Darcy Ribeiro
3 - José Bonifácio de Araújo Júnior
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Brasilia

Reumo

A crise, no final de 2007, que assolou o sistema financeiro mundial, teve início com a redução da liquidez das instituições financeiras, principalmente nos Estados Unidos (Acharya, Almeida, & Campello, 2013; Acharya & Mora, 2015; Covitz, Liang, & Suarez, 2013; Iyer & Puri, 2012). Tal evento contribuiu para mostrar a dinamicidade do mercado financeiro, que foi colocado a prova com a escassez de capital, elevado volume de dívidas de curto prazo e declines em governança (Beltratti & Stulz, 2012).
As instituições na iminência de sua insolvência ou problemas de liquidez tendem a aumentar suas taxas de captação visando angariar maiores volumes de recursos em depósitos (Acharya & Mora, 2015). Assim, pretende-se nesta pesquisa responder se a crise financeira influenciou a liquidez dos bancos. E ainda, visa analisar se a liquidez afeta as taxas de juros de captação das instituições financeiras.
Com tais indícios, Bolt et al. (2012) mostraram que em momentos de recessão graves os bancos tendem a perder rentabilidade e liquidez, porém, de acordo com o ciclo de seus negócios podem obter maior retorno. A liquidez para os bancos e para os clientes está no centro da atividade bancária, havendo sinergias entre ativos e passivos, os bancos associam os ativos de maior liquidez com passivos igualmente líquidos, os quais estão sujeitos à corrida bancária (Ippolito et al., 2016).
Foram utilizados balanços consolidados de 229 instituições financeiras num período 17 anos, compreendido de 1999 a 2015, disponibilizados no site do Banco Central do Brasil. Visando analisar os fatores que influenciam a liquidez e a taxa de juros dos bancos, foram estimadas as seguintes regressões:
A taxa máxima praticada pelas instituições foi inferior à média da Selic, podendo ser reflexo do elevado custo de oportunidade praticado no Brasil. De maneira geral, os bancos estudados apresentaram liquidez sempre acima de 100% com a demanda por liquidez máxima bem próxima da média praticada no mercado. A concentração de mercado apresenta-se inferior à média, porém, analisando cuidadosamente os dados, foi identificado que mais de 70% dos depósitos são pertencentes a seis instituições, sendo estas, grandes bancos.
Os resultados mostram ainda que os reguladores de concorrência de mercado devem ficar atentos a possíveis abusos com baixas taxas de juros à medida que o mercado bancário passa por processo de fusões e aquisições, refletindo diretamente no consumidor. A elevada taxa de referência praticada no Brasil também influencia significativamente as taxas praticadas pelos bancos. Assim, os agentes que regulam tal referência devem ficar atentos a políticas de crédito, visando maior estabilidade e equilíbrio interno.
Acharya, V. V., & Mora, N. (2015). A crisis of banks as liquidity providers. Journal of Finance, 70(1, ), 1–43. https://doi.org/10.1111/jofi.12182 Acharya, V. V., Schnabl, P., & Suarez, G. (2013). Securitization without risk transfer. Journal of Financial Economics, 107(3), 515–536. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2012.09.004 Arellano, M., & Bond, S. (1991). Employment equations some tests of specification for panel data: Monte Carlo evidence and an application to employment equations. The Review of Economic Studies, 58(2), 277–297. https://doi.org/https://doi.org/10.2307/2297968