Resumo

Título do Artigo

A AUTOSCOPIA COMO DISPOSITIVO REFLEXIVO NA CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO EM EMPRESAS INCUBADAS
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Palavras Chave

Autoscopia
Reflexão
conhecimento organizacional

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - Dagma Thabatta Sueyd de Freitas Pereira
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS (UEG) - Campus Silvânia
2 - MARIA SALETE BATISTA FREITAG
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E CIÊNCIAS ECONÔMICAS - FACE

Reumo

O estudo adotou como modelo teórico os modos de conversão do conhecimento: socialização, externalização, combinação e internalização – SECI (NONAKA; TAKEUCHI, 2008). A escolha da metodologia recaiu na autoscopia, dispositivo metodológico de caráter reflexivo sobre as práticas cotidianas, o que insere relevância ao estudo visto que a reflexão propicia revivenciamento e ressignificação de práticas, levando a novas percepções e descobertas sobre as ações praticadas e contribuindo para maior valorização e atribuição de importância a elas como criadoras de conhecimento em empresas incubadas.
O estudo pretende responder ao seguinte problema de pesquisa: Como a reflexão por parte dos empreendedores incubados sobre as suas práticas cotidianas pode alterar a percepção deles acerca do potencial de criação do conhecimento nessas práticas? Para a busca de respostas a este questionamento, a presente pesquisa tem como objetivo caracterizar como o método da autoscopia pode favorecer a criação do conhecimento organizacional em empresas incubadas.
O refletir sobre a ação, faz com que se examine o que aconteceu e tente desvendar como a ação pode ter contribuído para o resultado (DORIGON; ROMANOWSKI, 2008). É nessa reflexão sobre a ação que se toma consciência do conhecimento tácito e reformula-se o pensamento na ação tentando analisá-la (SCHÖN,1997). Neste sentido, a reflexão sobre a ação faz com que as pessoas percebam detalhes e sentidos diferentes relacionados à ação. A autoscopia é um meio pelo qual o sujeito volta-se sobre si mesmo para analisar-se (GALVÃO; CUNHA, 2013), levando à reflexão sobre suas ações e para além delas.
Pesquisa descritiva, por meio de estudo de casos múltiplos e abordagem qualitativa. Adotou-se a autoscopia como recurso metodológico devido esta levar à reflexão. As etapas foram seguidas rigorosamente, desde realização de reunião com pesquisados para esclarecer sobre o método e objetivo da pesquisa, passando pela videogravação e realização da sessão de reflexão. Foi traçado, portanto um passo a passo para que houvesse maior clareza sobre as etapas da autoscopia a serem percorridas garantindo a realização de todas elas de forma sistemática.
Adotou-se a análise de conteúdo (BARDIN, 2011), que produz resultados totalmente satisfatórios quando aplicada a materiais audiovisuais (GARCEZ; DUARTE; EISENBERG, 2011). Na autoscopia a análise dos dados é feita com base nas falas da sessão reflexiva. Seguiu-se com a pré-análise, onde o material foi organizado e lido; exploração do material, minuciosamente realizada, e criação das categorias para o estudo; e por fim o tratamento dos resultados, influência e interpretação, feito com cautela, de forma analítica e descritiva a partir do embasamento teórico e empírico.
A reflexão sobre a ação por meio da autoscopia levou à conclusão de que ao perceberem que criam conhecimento em suas práticas, o olhar para a atividade geradora de conhecimento se transforma, e as ações passam a ser vistas com maior responsabilidade, valorização e importância. A pesquisa demonstra que a autoscopia favorece, a partir da reflexão sobre a ação, o reconhecimento da criação do conhecimento nas práticas das empresas incubadas por parte de seu staff, e pode ajudar na melhora da pessoa quanto a forma com que esta realiza suas atividades.
BARDIN, L.. Análise de conteúdo. Lisboa-Portugal: Ed 70, 2007 DORIGON, Thaisa C.; ROMANOWSKI, Joana P.. A reflexão em Dewey e Schön. Revista Intersaberes, Curitiba, ano3, n.5, p.8-22, jan/jul2008 GARCEZ, A.; DUARTE, R.; EISENBERG, Z.. Produção e análise de vídeogravações em pesquisas qualitativas. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v.37, n.2, p.249-262, mai/ago2011 NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.. Gestão do Conhecimento. Porto Alegre: Bookman,2008,320p SCHON, Donald A. The reflective practitioner - How professionals think in action. Basic Books, Inc. United States of America,1983.