Resumo

Título do Artigo

As quatro faces da gestão de recursos humanos: a percepção de trabalhadores do conhecimento
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Palavras Chave

Gestão de Pessoas
Quatro Faces da GRH
Trabalhadores do Conhecimento

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Gestão de Pessoas e de Equipes

Autores

Nome
1 - André Luiz Souto
Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP) - Ipatinga
2 - Vera L. Cançado
Fundação Pedro Leopoldo (FPL/MG) - Mestrado Profissional em Administração
3 - cristiana fernandes de muylder
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - Programa de Doutorado e Mestrado em Administração

Reumo

Para oferecer suporte para a compreensão da realidade e analisar a atuação da área de RH são propostos diferentes modelos de GRH (Dutra, 2002, Tanure et al., 2010; Ulrich, 1998). O modelo escolhido para essa pesquisa foi o das Quatro Faces do RH(execução, construção, realinhamento e direção), proposto por proposto por Tanure et al. (2010), pois considera a especificidade de cada empresa e as contingências da cultura regional. A amostra foi composta por gestores e profissionais de nível superior, que podem ser caracterizados como trabalhadores do conhecimento.
Estudos que avaliam a atuação do RH no Brasil vêm registrando que, apesar de mudanças da área, sua atuação parece ainda ser pautada por práticas tradicionais. Essas investigações ainda apresentam lacunas, bem como críticas à GERH (Cançado et al., 2017). Com isso o artigo teve como objetivo: caracterizar a atuação da GRH a partir das quatro faces da GRH, na percepção de trabalhadores do conhecimento.
O marco teórico desta pesquisa é o modelo das quatro faces da GRH, proposto por Tanure et al. (2010), as caracteriza como: execução – centrada no fazer; construção – foco no ajuste interno ou coerência interna; parceiro de mudanças – foco no ajuste externo; e navegador - administrar as tensões entre as forças opostas ou dualidades. Os trabalhadores do conhecimento podem ser caracterizados a partir dos aspectos relacionados à sua formação educacional e acadêmica. São profissionais com sólida formação educacional, tendo, pelo menos, um grau universitário.
Foi realizada uma pesquisa descritiva, quantitativa, por meio de survey. Para esta pesquisa, optou-se pela utilização de dados coletados em um estudo realizado por Cancado et al. (2017). No referido estudo, a população foi constituída por alunos e ex-alunos, registrados na secretaria do curso do Mestrado Profissional em Administração da Fundação Pedro Leopoldo - MPA/FPL, que receberam o questionário via e-mail. Obteve se uma amostra de 174 respondentes, alunos e ex-alunos do MPA/FPL, que ocupam cargos de gestores e profissionais de nível superior.
Os resultados indicaram qualidade média na avaliação da GRH das empresas nas quais esses trabalhadores do conhecimento trabalham. As atividades da GRH são predominantemente voltadas para alinhar a operação das funções de RH e para efetuar o registro, seleção de pessoal e treinamento, indicando o predomínio de funções tradicionais de um RH que pode ser considerado funcionalista/executor. A segunda maior média foi da face construtor, seguida pelo parceiro de mudanças e último a face do navegador. Para os trabalhadores do conhecimento as práticas de RH são predominantemente operacionais.
Apesar da literatura contemporânea sugerir práticas estratégicas de GRH, alinhadas ao negócio da empresa, os resultados desta pesquisa, comparados à pesquisa realizada na década de 2010, traduziram estagnação na atuação da GRH em empresas brasileiras. Considerando o resultado desta investigação, que indicou a prevalência do RH executor – operacional e burocrático – poderia ser interessante que tais trabalhadores do conhecimento atuassem como agentes de mudança, impulsionando o RH dessas empresas a atuarem de forma mais estratégica, como referenciam as publicações atuais.
Cançado, V. L., Vendramine, M. d., Côrrea, D. A., Oliveira, E. d., & Castro, D. S. (2017). Revisitando as Quatro Faces da Gestão de Recursos Humanos. Anais 42o. ENANPAD (pp. 1-16). Rio de Janeiro: ANPAD. Dutra, J. S. (2002). Gestão de pessoas: modelos, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas. Tanure, B., Evans, P., & Cançado, V. L. (2010). As Quatro Faces de RH: Analisando a Performance da Gestão de Recursos Humanos em Empresas no Brasil. RAC, 14(4), pp. 594-614. Ulrich, D. (1998). Os campeões de recursos humanos: inovando para obter os melhores resultados. São Paulo: Futura.