Resumo

Título do Artigo

AS EMOÇÕES NO AMBIENTE ACADÊMICO DA PÓS-GRADUAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM DISCENTE
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Palavras Chave

Emoções
Aprendizagem
Pós-Graduação

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Ambientes de ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - POLYANNA TORRES PINHEIRO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA
2 - Kathyana Vanessa Diniz Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA

Reumo

Emoções e aprendizagem podem ser definidas como processos dinâmicos que emergem no contexto relacional de transações sociais. As emoções podem ser potencial disparador para o processo contínuo de aprendizagem. Na pós-graduação, é necessário considerar as emoções e seus impactos na aprendizagem e qualidade de vida dos estudantes, pois não se pode negligenciar os elementos conflitantes e/ou apaziguadores vivenciados nesse ambiente e a repercussão disso no desenvolvimento de estudos, pesquisas e experiências que podem vir a (re)definir o curso de eventos na trajetória do aluno da pós-graduação.
Considerando a pós-graduação como um ambiente de bastante interação social, envolto por emoções diversas e, naturalmente, de aprendizagem, o objetivo desse artigo é discutir as emoções no ambiente acadêmico de pós-graduação e suas implicações na aprendizagem dos discentes. Para tanto, buscamos responder a seguinte questão de pesquisa: como as emoções implicam no processo de aprendizagem de discentes no ambiente acadêmico de pós-graduação?
A emoção pode afetar tanto positiva quanto negativamente o aprendizado, podendo interferir também no ambiente assim como em suas práticas. A perspectiva social da aprendizagem instaura a aprendizagem como aquilo que se vivencia na fonte informal das relações sociais (GHERARDI; NICOLINI, 2001). Fineman (1998) salienta que as emoções interferem na racionalidade, pois alguns estados (ansiedade, vergonha) podem moldar as estruturas e as interações de maneiras não percebidas pelos participantes. Sendo assim, tal pensamento, carregado de emoção, distorce a realidade e acaba afetando a sua eficácia.
Foram conduzidas entrevistas estruturadas realizadas via Whatsapp com oito pós-graduandos de um programa de pós-graduação em Administração, sendo cinco mestrandos e três doutorandos que obrigatoriamente passaram pela experiência de cursar disciplinas no último semestre letivo como critério para a pesquisa. As pesquisadoras desse estudo optaram pela adoção de uma análise de discurso na perspectiva social-hermenêutica para proceder a análise dos dados coletados.
Foram relatadas emoções diversas como tristeza, culpa, medo, vergonha, felicidade, frustrações, ansiedades, otimismo, esperança, entre outras. Os aspectos de coletividade e de apoio social entre os colegas foram destacados como fator que implica positivamente na aprendizagem. Não conseguir cumprir com as altas demandas de trabalho solicitadas foi um dos elementos citados como geradores de sentimentos de incapacidade ou de insuficiência como pós-graduando. Já a ansiedade, o medo e determinadas didáticas de professores foram mencionados também como bloqueadores da aprendizagem.
A desconsideração do aspecto emocional na aprendizagem pode negar o aluno como sujeito em desenvolvimento, intensamente exposto aos fatores afetivos, culturais e sociais. As significações e as interações sociais em ambientes acadêmicos têm papel determinante na construção do conhecimento. Vários relatos dos entrevistados demonstram um certo tipo de sofrimento no processo de aprendizagem na pós-graduação quando falam a respeito de suas emoções vivenciadas. No entanto, esse processo não precisa ser percebido como sofrimento a ponto de coibir o aluno em sua trajetória enquanto pós-graduando.
FINEMAN, S. A Emoção e o Processo de Organizar. In: CLEGG, S. R.; HARDY, C.; NORD, W. R. (Org.). Handbook de Estudos Organizacionais. v. 2. São Paulo: Atlas, 1998. p. 157-189. GHERARDI, S.; NICOLINI, D. The Sociological Foundations of Organizational Learning. In: DIERKES, M. et al. (Org.) Organizational learning and knowledge, Oxford: Oxford University Press, 2001. p.35-60.