Resumo

Título do Artigo

AÇÕES AUTÔNOMAS E STRATEGIZING NO COTIDIANO DA PESCA ARTESANAL DA TAINHA NA ILHA DO CAMPECHE DE FLORIANÓPOLIS/SC
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Palavras Chave

Ações autônomas
Estratégia como prática
Pesca artesanal

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Abordagens sociais, organizacionais, cognitivas e históricas em Estratégia

Autores

Nome
1 - ROBSON VANDER CANARIN DA ROCHA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Programa de Pós graduação em Administração
2 - Bárbara Zandomenico Perito
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - PPGA
3 - Rosalia Aldraci Barbosa Lavarda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Florianópolis

Reumo

O campo de pesquisa da Estratégia-como-prática abriu espaço para o entendimento das ações de nível micro, moldadas pelos atores humanos, que são consequências para desfechos estratégicos (Whittington, 1996). Entendemos que as ações autônomas estão conectadas com a perspectiva emergente da estratégia, emergindo da práxis alinhada à prática cotidiana do praticante. Nossa busca por uma organização fortemente ligada a sociedade na qual está inserida levou ao coletivo de pescadores artesanais de tainha da Praia do Campeche (SC), que tem como produto final a preservação da cultura e tradição local.
QP: Como as ações autônomas emergem no processo de strategizing? Objetivo: Compreender como as ações autônomas emergem no processo de strategizing, a partir do cotidiano relacionado à perspectiva da estratégia-como-prática.
Revisamos os conceitos chaves das Ações Autônomas (Andersen, 2000) e da Estratégia-como-prática e strategizing (confluência entre as práticas, práxis e praticantes) realizada pelos atores organizacionais e pelas suas interações (Whittington, 2006). Este trabalho considera ainda a perspectiva integradora da estratégia apresentada por Andersen (2004), que torna o processo estratégico mais flexível devido à participação dos níveis intermediários e operacionais da organização na formação da estratégia.
A metodologia foi qualitativa por meio do estudo de caso único em um coletivo de pescadores artesanais de tainha da Praia do Campeche (SC) que apresentou os critérios de seleção de interesse. As técnicas de coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas, observação direta e análise de documentos como vídeos e livros sobre a história do Campeche (SC). A análise da narrativa foi a técnica de análise de dados aliada a análise pattern matching, que propiciou o confrontamento dos elementos teóricos com os dados empíricos em um movimento abdutivo previsto no método.
Entendemos que as ações autônomas estão conectadas com a perspectiva emergente da estratégia, emergindo da práxis que está alinhada à prática cotidiana do praticante. Os eventos decorrentes da integração entre práticas, práxis e praticantes convergem e contribuem para o desenvolvimento de estratégias como um processo de aprendizado social. No caso estudado, preservar a tradição e cultura local é regra e dentro de suas práticas, ainda que centenárias, existem ações autônomas que convergem para o atingimento desse objetivo e que podem ser estimuladas e reconhecidas.
A partir da proposição teórica de pesquisa percebemos que existem ações autônomas e strategizing no coletivo de pesca, decorrentes da integração entre práticas, práxis e praticantes estimuladas e desenvolvidas pelos diversos níveis da organização. Estes eventos decorrentes da integração entre práticas, práxis e praticantes convergem e contribuem para o desenvolvimento de estratégias como um processo de aprendizado social e moldando a estratégia formal da organização, conforme conceituam Anderson (2000) e Whittington (2006).
Andersen, T. J. (2000). Strategic planning, autonomous actions and corporate performance. Long Range Planning, Vienna, 33(2). 184-200. Andersen, T. J. (2004). Integrating the strategy formation process: an international perspective. European Management Journal, 22(3), 263-272. Daniel, H. A. (2018). Campeche: um lugar no sul da ilha. Florianópolis: Editora Insular. Whittington, R. (1996). Strategy as practice. Long Range Planning, 29(5), 731-735. Whittington, R. (2006). Completing the practice turn in strategy research. Organization Studies, 27(5), 613-634.