A deterioração do matching contábil, advinda das práticas de valor justo, pode aumentar a volatilidade das séries históricas de lucro, e deteriorar sua qualidade informacional. Com isso, é feito por evidências empíricas que documentam uma correlação positiva entre o nível de matching e a persistência do lucro (MASHAYEKHI; MENATI, 2014). O Matching, afirma que todas as despesas devem ser combinadas no mesmo período contábil que as receitas. Para isso, a volatilidade pode ajudar os investidores a identificar melhores estratégias e a deterioração da qualidade do lucro.
Mensurar a qualidade do lucro pode revelar-se uma tarefa difícil, e a literatura tem incorrido em um debate quase que metodológico de como melhor fazê-lo (DICHEV; TANG, 200; JENNINGS; MCINNIS, 2011; DICHEV et al., 2013). Nesse sentido, Teixeira e Nossa (2002) consideram os lucros como sendo “qualidade” se caracterizarem com precisão o montante pelo qual o valor do acionista aumentou ou diminuiu durante um período. Kolozsvari e Macedo (2015), apontam que as escolhas contábeis promovem alterações nas divulgações, o que pode fazer com que as empresas difiram quanto à qualidade das informações.
Tomando como base as informações que as empresas divulgam no mercado, a persistência dos lucros é uma forma de se mensurar a qualidade das informações contábeis. Nesse sentido, o matching contábil adota padrões de mensuração que asseguram uma verificabilidade dos registros por estar associada ao uso de políticas contábeis baseadas no custo histórico (BALAKRISHNAN, 2016; DONELSON; MCINNIS, 2011).Deste modo, nota-se que a avaliação dos investidores requer qualidade informacional das séries temporais dos lucros, visto que usualmente elas são utilizadas para prever o lucro futuro de uma empresa.
Fora coletados dados contábeis de empresas listadas na B3, organizados em painel. Para isso, utilizou-se de cortes transversais de períodos antes e após a adoção da IFRS no Brasil em 2010. Usou-se os períodos trimestrais de 1997 a 2018.
Realizou os testes de cointegração em painel de Pedroni (1999), Kao (1998) e Johansen e Fisher (1991). Ao computar os testes de Pedroni (1999) usou-se especificações de tendência, seleção de comprimento de retardo e métodos de estimativa, sendo que esses testes de cointegração permitem a heterogeneidade dos interceptos e coeficientes entre indivíduos.
O princípio de Pantula envolve o estimativa e apresentação dos resultados das hipóteses menos restritiva (ie r = número de variáveis que entram o VAR-1 = n-1). Contudo, o resultado da não deterioração de Matching, pois no longo prazo as series Receitas e Lucro Liquido cointegram, ou seja, tem uma tendência comum quanto ao vetores de cointegração existem entre as variáveis. Ainda assim, resultou-se na não deterioração de Matching, pois no longo prazo as series Lucro Liquido e Despesas cointegram, ou seja, tem uma tendência comum quanto aos vetores de cointegração existem entre as variáveis.
Baseou-se pelo estudo de Dichev e Tang (2008), quando argumentam que firmas que apresentam um Matching pobre proporcionam maior volatilidade dos lucros acompanhada por uma queda na persistência, devido a uma deterioração na correlação entre despesas e receitas. Também houve uma implicação na autocorrelação negativa nas mudanças do lucros. Realizou o testes, o qual buscou detectar se há relacionamento de longo prazo entre as variáveis de despesa, receita e lucro. Os métodos explicam que, quando duas variáveis são cointegradas implicam na existência de um equilíbrio de longo prazo entre elas.
MASHAYEKHI, Bita; JALALI, Farzaneh; MENATI, Vahid. Relationship between Matching Principle and Earnings Properties-The Case of Iran. World Review of Business Research, v. 4, n. 1, p. 146-161, 2014.
DICHEV, Ilia D.; TANG, Vicki Wei. Matching and the changing properties of accounting earnings over the last 40 years. The Accounting Review, v. 83, n. 6, p. 1425-1460, 2008.
DONELSON, Dain C.; JENNINGS, Ross; MCINNIS, John. Changes over time in the revenue-expense relation: Accounting or economics?. The Accounting Review, v. 86, n. 3, p. 945-974, 2011.
RAJGOPAL, Shiva; VENKATACHALAM, Mohan. Financia