Resumo

A necessidade de constantes modificações com respostas rápidas é novidade para o setor público, o qual segue os mesmos artifícios e possui o mesmo modelo burocrático há séculos (MARQUES et al, 2014). A realização de mudanças nas instituições públicas faz-se indispensável diante às demandas, leis e meio social. Assim, algumas mudanças têm sido implementadas para aumentar o controle gerencial no serviço público. Tais mudanças podem ocasionar um ambiente de incertezas quanto a sua efetividade e idoneidade entre os cidadãos e os próprios servidores públicos (CHERCHIGLIA; DALLARI, 2006).

A problemática desta pesquisa consiste: De que forma os servidores públicos municipais reagiram à mudança do sistema de controle de ponto da prefeitura alfa? Assim, este estudo tem como objetivo investigar as reações dos servidores públicos da prefeitura alfa, após a implantação do ponto eletrônico.

O referencial teórico fundamenta-se em três tópicos. Inicia-se com a conceituação e as características apresentadas sobre mudança organizacional, apresentando uma visão geral sobre o assunto. Posteriormente, são abordadas as reações à mudança: resistência à aceitação e por fim, mudanças organizacionais e reações dos servidores públicos.

A pesquisa teve uma abordagem mista, qualitativa e quantitativa. As técnicas de coleta de dados empregadas: observação participante, pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas e questionários. O universo da pesquisa de campo foi composto pelos servidores públicos ativos pertencentes à prefeitura alfa. Entrevistaram-se seis secretários e obteve uma amostra de 61 questionários. A análise quantitativa dos dados foi feita por estatística descritiva, média e desvio padrão. A análise das entrevistas foi realizada por análise temática de conteúdo.

A análise e a discussão dos dados foram organizadas a partir do perfil dos servidores públicos participantes da pesquisa, a descrição da mudança e à reação da mudança destes. A implantação do registro de ponto eletrônico ocorreu por imposição judicial, determinada através do inquérito instaurado, resultante do termo de ajustamento de conduta (TAC). Destacam-se os dados e as entrevistas dos secretários corroboram para a falta de comunicação no processo da mudança, mas que contrapondo aos estudos de Motta (2001), não afetaram a aceitação da mudança.

Nota-se que os impactos percebidos pela maioria dos servidores desta organização não foram negativos, apesar de ter sido uma mudança na cultura organizacional e apresentado um início de maneira turbulenta. Sugere-se para a prefeitura alfa melhorias no seu processo da comunicação para futuras mudanças organizacionais. Uma das limitações da pesquisa refere-se ao receio dos servidores públicos resultando no baixo retorno de questionários. Este tema deve e tem muito a ser explorado, principalmente ao analisar os impactos do processo de mudança pode acarretar às servidores e organizações públicas.

CHERCHIGLIA, M. L; DALLARI, S. G. Tempo de Mudanças: Sobrevivência de um Hospital Público. RAE – eletrônica. São Paulo, v. 5, n. 2, jul./dez. 2006. MARQUES, A. L.; BORGES, R.; MORAIS, K.; SILVA, M. C. Relações entre Resistência a Mudança e Comprometimento Organizacional em Servidores Públicos de Minas Gerais. Revista de Administração Contemporânea, v. 18, n. 2, p. 161-175, 2014. MOTTA, P. R. Transformação Organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.