Resumo

O Banco Mundial identificou o empoderamento como um dos principais elementos constitutivos da redução da pobreza e como principal objetivo de assistência ao desenvolvimento. A ONU criou, em 2010, a ONU Mulheres visando a igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. O Brasil tem 198 signatárias, das quais 27 são empresas de capital aberto, atrás apenas de Turquia (288) e Japão (244). Diversidade de gênero, empoderamento, mitigação e busca pela erradicação da pobreza são reflexões por parte das empresas, como fatores de desempenho ambiental, social e de governança corporativa.

Dado este contexto, de contemporaneidade e relevância do tema, identifica-se a oportunidade para explorar o perfil das empresas brasileiras de capital aberto aderentes aos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEP). Os objetivos são: identificar as empresas de capital aberto que aderiram ao WEP; identificar os níveis diferenciados de Governança Corporativa das empresas que aderiram ao WEP; e analisar os indicadores de ASG de aspectos de governança que tratam de atuação de mulheres das empresas que aderiram ao WEP. O estudo se delimita em empresas que aderiram ao WEP até mar/2019.

Empoderamento feminino pode ser definido como um processo de superação da desigualdade de gênero (MARINHO & GONÇALVES, 2016), mas uma falha em definir claramente o que se entende por "empoderamento" pode enfraquecer seu valor, seja como agente de mudança ou como ferramenta de análise. A falta de distinção entre os tipos de poder e clareza sobre as estratégias apropriadas para lidar com tais desequilíbrios pode significar que muitas intervenções focadas no empoderamento não conseguem abordar explicitamente o poder

Esta pesquisa é de natureza exploratória com abordagem qualitativa. Para a pesquisa documental foram utilizados informações disponibilizadas pela ONU Mulheres, B3 e pelo Infosys Research da Bloomberg: Percentuais: Mulheres no Gerenciamento; Mulheres no Conselho; Mulheres Empregadas; Executivas Mulheres; Mulheres no Gerenciamento ÷ Número de Empregados; Executivos que são Mulheres; Mulheres na Gerência Média ou Outras Gerências; Diferença Salarial entre Homens e Mulheres no Gerenciamento ou Outras Gerências; Número de Mulheres no Conselho. Em seguida foi utilizado o software estatístico SPSS.

As empresas que aderiram ao WEP, em seu Conselho, 78,26% tem ao menos um Diretor Feminino. É possível identificar que empresas que aderiram ao WEP possuem maior número de informações públicas de ASG disponíveis. Dos 31 dados identificados entre todas as variáveis apenas uma empresa apresentou todas as informações de PMG, PMC, PME, PEF, PMGE_NE, PEM, PMGM, PDS e NMC dos anos 2015, 2016 e 2017. Os autores deste artigo sugerem que este ranking passe a ser conhecido como Índice WEP (IWEP)

Foi possível identificar que as empresas que aderiram ao WEP têm mais mulheres na governança do que as empresas que não aderiram, que por sua vez, tem mais mulheres na gestão operacional e tática. Das empresas que aderiram ao WEP, foi possível identificar que há percentual de diferença salarial entre homens e mulheres no gerenciamento ou outras gerências.

ALVES, J. (mai./ago. de 2016). Desafios da Equidade de Gênero no Século XXI. Estudos Femininos, 24(2), pp. 629-638.; ONU Mulheres. (2019). Princípios de Empoderamento ONU Mulheres. Acesso em 02 de mai. de 2019, disponível em ONU Mulheres: http://www.onumulheres.org.br/referencias/principios-de-empoderamento-das-mulheres; MOVIMENTO MULHER 360. (20 de mar. de 2019). Institucional. Acesso em 20 de mar. de 2019, disponível em Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher: http://movimentomulher360.com.br/institucional/7-principios-de-empoderamento