Resumo

Título do Artigo

A INFLUÊNCIA DA TEORIA DOS PROSPECTOS NAS DECISÕES DO CONTADOR: ANÁLISE DO EFEITO CERTEZA NOS LANÇAMENTOS CONTÁBEIS.
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Contabilidade Comportamental
Teoria dos Prospectos
Efeito Certeza

Área

Finanças

Tema

Técnicas de Investimento

Autores

Nome
1 - Ismael Barbosa
-
2 - Ilirio josé Rech
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - UFG Goiãnia
3 - Denilson Aparecida Leite Freire
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis, Engenharia da Produção e Serviço Social (FACES)

Reumo

A Teoria dos Prospectos surge como uma alternativa de reflexão diante dos axiomas da Teoria da Utilidade Esperada, propondo analisar como o indivíduo age em determinadas situações em que são tomadas decisões e quais outras variáveis podem influenciar tais decisões (BARBERIS et al., 2001). Tversky e Kahneman (1974) afirmaram que, principalmente, diante de situações de risco e incerteza, o processo decisório pode sofrer a influência de vieses cognitivos, dado que o indivíduo se utiliza de atalhos mentais com a finalidade de simplificar um problema.
Na área da contabilidade, muitas decisões são tomadas para orientar a elaboração das demonstrações contábeis, as quais têm como objetivo fornecer informações úteis sobre a situação contábil-financeira e o desempenho financeiro da entidade em um dado momento. Nesse sentido, decisões tomadas pelo contador, quanto às receitas, despesas, ativos e passivos, por exemplo, poderão estar sujeitas à influência dos vieses cognitivos. Diante do exposto, o objetivo geral da pesquisa proposta foi analisar a influência do efeito certeza, da Teoria dos Prospectos, na decisão dos contadores.
Kahneman e Tversky (1979), por meio da Teoria dos Prospectos, identificaram vieses comportamentais e heurísticos no processo de tomada de decisão sob riscos, em contraponto ao modelo normativo de escolha racional apresentado na Teoria da Utilidade Esperada. Nessa perspectiva, o indivíduo é considerado alguém que pode agir por impulsos pouco racionais, sendo, assim, suscetível ao cometimento de erros. É possível observar, no trabalho de Kahneman e Tversky (1979), que, no efeito certeza, os indivíduos optam em atribuir maior peso àquilo que é certo ou que tem maior possibilidade de ocorrer.
Quanto aos fins, esta pesquisa foi de natureza descritiva e quanto aos meios optou-se por uma Survey. O universo (população) da pesquisa se constituiu de estudantes de cursos de pós-graduação (lato Sensu e Stricto Sensu) de cinco instituições de ensino superior (IES). O processo de amostragem, do tipo não probabilístico, foi definido por acessibilidade. O instrumento de coleta de dados foi constituído de 12 questões com opções de múltipla escolha. No tratamento dos dados, foi aplicada a ferramenta estatística Qui-quadrado de associação de Pearson.
Foram aplicados 371 questionários, dos quais 238 foram considerados válidos para esta pesquisa. Resumidamente, teve-se como perfil da amostra: leve predomínio do gênero feminino; cerca de 76,0%, com até 3 anos de atuação como contador; e 52,94% atuando em cargos de tomada de decisão.Em se tratando de prejuízos, os respondentes se mostraram propensos ao risco, optando pela resposta que evita a perda imediata fato que contraria a Teoria da Utilidade Esperada. A alternativa que aumentaria a utilidade esperada foi descartada e, assim, confirmando a influência do efeito certeza.
Os achados demonstraram que os pesquisados sofreram a influência do efeito certeza preconizados na Teoria dos Prospectos de Kahneman e Tversky (1979), quando das contabilizações envolvendo lançamentos de Ativo, Passivo, Receita e Despesa analisados em situações de lucro ou de prejuízo. O teste indicou também que eles fazem suas tomadas de decisão com a racionalidade limitada, divergindo do que era preconizado pela teoria da utilidade esperada e em consonância os pressupostos fundamentados pela Teoria dos Prospectos, indicando a influência do efeito certeza.
BARBEDO, C. H. S; CAMILO-DA-SILVA, E. Finanças comportamentais: indivíduos inteligentes também perdem dinheiro na bolsa de valores. São Paulo: Atlas, 2008. KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect theory: an analysis of decision under risk. Econométrica, v. 47, n. 2, p. 263-91, 1979. SOUZA, C. A.; KAYO, E. K.; PUSCH, A. C.; YU, A. S. O. Teoria da perspectiva (Prospect theory) de Kahneman e Tversky: estudo empírico com alunos de graduação em administração. In: Seminários em Administração, 6., 2003, São Paulo. Anais... São Paulo: FEA-USP, 2003.