Resumo

Título do Artigo

A influência da corrupção nos fluxos de investimento direto estrangeiro
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Palavras Chave

Corrupção
Investimento Estrangeiro Direto
Estabilidade Política

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Internacional e Globalização

Autores

Nome
1 - Sérgio Begnini
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA (UNOESC) - Doutorado em administração
2 - Silvia Spagnol Simi dos Santos
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA (UNOESC) - Joaçaba/Chapecó
3 - Claudia Sofia Frias Pinto
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA (UNOESC) - Departamento de Pós-Graduação em Administração de Empresas

Reumo

A literatura acerca da influência da corrupção no Investimento Direto Estrangeiro – IDE, tem recebido contribuições, no entanto evidências empíricas são diferentes quanto a sua consequência. Autores afirmam que a corrupção tem efeito negativo no IDE (Habib & Zurawicki, 2002; Cuervo-Cazurra, 2008; Godinez & Liu, 2015). Outros evidenciaram que a corrupção é um estímulo para o IDE (Egger & Winner, 2005; Cuervo-Cazurra, 2006). Alguns estudos aprofundam o entendimento sobre o fluxo de entrada de IDE, mas pouco foi investigado sobre o fluxo de saída, no contexto da corrupção.
A compreensão sobre o impacto da corrupção no IDE, precisa ser contextualizada segundo a economia. É importante entender como e quanto a corrupção impacta no IDE, considerando os fluxos de entrada e de saída. O problema de pesquisa de nosso estudo é, qual a relação entre a corrupção e os fluxos de entrada e saída de IDE, e se as reformas pró-mercado e a estabilidade política moderam tais relações. Nosso objetivo principal é, entender a relação entre a corrupção e os fluxos de entrada e saída de IDE bem como o efeito moderador das reformas pró-mercado e da estabilidade política em tal relação.
Quanto ao IDE, a literatura aborda o fluxo de entrada, conforme estudos de Habib e Zurawicki (2002), Cuervo-Cazurra (2008), Godinez e Liu (2015). Não encontramos estudos que consideram o fluxo de saída de IDE, na relação com corrupção. Tal relação pode ser ampliada ou reduzida, pela estabilidade política e pelas reformas pró-mercado. A estabilidade política é importante para obter equilíbrio macroeconômico e propiciar ambiente de negócios em um país (Shahzad & Al-Swidi, 2013). A partir das reformas internas, vários países mudaram e reorientaram suas economias (Chari & Banalieva, 2015).
Os dados utilizados referem-se ao ano 2015, de 136 países, sendo 104 emergentes e 32 desenvolvidos. As variáveis dependentes foram o fluxo de entrada de IDE, e o fluxo de saída de IDE. A variável dependente foi o índice de corrupção. As variáveis moderadoras foram à estabilidade política e as reformas pró-mercado. Índice de desenvolvimento humano, índice de educação, população total, índice de renda e taxa total de desemprego, foram variáveis de controle. Os testes foram realizados por meio de análise de regressão.
Os resultados aproximam-se dos de Egger e Winner (2005) pois identificamos que a corrupção influencia positivamente os fluxos de IDE, apontando para a existência de falhas nos processos dos governos, visto a possibilidade de agentes públicos obterem vantagens para si. A estabilidade política e as reformas pró-mercado exercem importante papel, moderando positivamente, a relação entre corrupção e fluxos de IDE. As reformas pró-mercado possibilitam mudanças e rearranjos internos (Chari & Banalieva, 2015) e a estabilidade política garante segurança interna nos países Shahzad e Al-Swidi (2013).
Os achados deste estudo não devem ser interpretados como suporte às economias corruptas. O estudo amplia a contribuição teórica, ao identificar que a corrupção, em especial nos países emergentes, pode atrair investimento direto estrangeiro e ao ampliar a análise com os fluxos de saída de IDE. Contribui ao integrar ao modelo, a estabilidade política e as reformas pró-mercado, como variáveis que moderam a relação entre a corrupção é os fluxos de IDE. É necessário o envolvimento da sociedade e o empenho dos governos em discussões contra a corrupção.
Egger, P., & Winner, H. (2005). Evidence on corruption as an incentive for foreign direct investment. European Journal of Political Economy, 21(4), 932-952. Cuervo-Cazurra, A. (2008). Better the devil you don’t know: Type of corruption and FDI in transition economies. Journal of International Management, 14(1), 12–27. Habib, M., & Zurawicki, L. (2002). Corruption and foreign direct investment. Journal of International Business Studies, 33(2), 291-307. Godinez, J., & Liu, L. (2015). Corruption distance and FDI flows into Latin America. International Business Review, 24(1), 33-42.