Resumo

Título do Artigo

POLÍTICAS AMBIENTAIS, SOCIAIS E DE GOVERNANÇA ALTERAM AS EXPECTATIVAS DE GANHOS DOS ACIONISTAS? Uma análise nos mercados emergentes
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Palavras Chave

ESG
Custo de Capital
Desempenho Financeiro

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Desempenho Social Corporativo (CSP)

Autores

Nome
1 - Luiz Eduardo Gaio
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas
2 - Nelson Oliveira Stefanelli
FEA-RP/USP - Ribeirão Preto
3 - Bruno Garcia de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - Centro de Gestão e Negócios

Reumo

A discussão global sobre sustentabilidade tem ampliado a importância da Responsabilidade Social Corporativa (CSR) e seus impactos na estratégia empresarial. Assim, a CSR vem tomando espaço nos relatórios anuais das empresas, incorporadas nas estratégias de marketing e metas estratégicas de longo prazo. Neste sentido, as pesquisas acadêmicas tem estudado a relação de políticas ambientais, sociais e de governança (ESG) com o custo de capital e o desempenho financeiro de organizações. Contudo, estes trabalhos acadêmicos têm dado ênfase ao estudo de empresas em mercados de países desenvolvidos.
Dado que companhias dos países com grande economia, mas considerados emergentes, estão se destacando no cenário global, torna-se importante avaliar se tais políticas também são eficientes nessas empresas. Assim, tem-se como pergunta: apesar das políticas de ESG já terem se consolidado nos países desenvolvidos e os estudos mostraram que existe relação entre essas políticas e o desempenho financeiro, essa relação também pode ser percebida nos países emergentes pertencentes aos BRICS? O objetivo geral é analisar o impacto das políticas de ESG no custo de capital e desempenho financeiro.
O referencial teórico revista estudos internacionais sobre sustentabilidade do negócio, custo do capital e desempenho financeiro. Com base na literatura são definidas quatro hipóteses principais: (1) as práticas gerenciais de ESG reduzem a expectativa de custo de capital da companhia; (2) As práticas gerenciais de ESG reduzem o custo de capital da companhia; (3) as práticas gerenciais de ESG aumentam o valor de mercado da empresa; e (4) as práticas gerenciais de ESG aumentam a rentabilidade da empresa.
A amostra é composta por 8595 empresas de capital aberto dos países emergentes pertencentes aos BRICS. As informações financeiras e de sustentabilidade foram coletadas na base Thomson Reuters Eikon e Thomson Reuters ESG Scores, respectivamente. Para análise, foi utilizada a técnica de regressão linear com dados em painel não balanceado e com efeito fixo. Os modelos de regressão estão separados em duas análises e consideram como variável dependente a dimensão financeira e como independente os score de ESG proposto pela Thomson Reuters e componentes específicos das políticas de sustentabilidade.
Quando confrontam-se as práticas de ESG com as expectativas de ganhos dos acionistas (custo do capital próprio) os resultados não foram significativos. Assim, pode-se dizer que analistas não consideram se as empresas utilizam de ESG na hora de estimarem as suas expectativas de ganhos. Por outro lado, os resultados das estimativas de custo de capital pelo método de precificação, em que consideram dados históricos mostram que existe uma relação negativa. Por fim, não foi possível encontrar evidências de que empresas com práticas de ESG geram maiores retornos, por meio do ROA e ROE.
Os resultados indicam que a realidade das empresas dos países emergentes diverge dos países desenvolvidos. Poucas evidências foram percebidas em relação a redução dos custos do capital próprio para empresas socialmente responsáveis. Por outro lado, o mercado já consegue diferenciar empresas com boas práticas das demais, elevando o valor de mercado de tais firmas. Por fim, não há evidências para afirmar que empresas socialmente responsáveis possuem maior rentabilidade. Para pesquisa futura, sugere-se estudar o impacto de políticas socialmente responsáveis nas previsões financeiras de analistas.
Sem referências no resumo.