Resumo

Título do Artigo

A INTRODUÇÃO DE MARKET MAKERS NAS NEGOCIAÇÕES DAS BRAZILIAN DEPOSITARY RECEIPTS: O EFEITO LIQUIDEZ
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Liquidez de Mercado
Market Makers
Brazilian Depositary Receipts

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - João Eduardo Ribeiro
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Belo Horizonte
2 - Antônio Artur de Souza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
3 - Gabriel Augusto de Carvalho
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Campus II
4 - Hudson Fernandes Amaral
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG - FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS - FACE / DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS - DCAD

Reumo

Os market makers se inserem no contexto dos benefícios gerados pela maior liquidez dos ativos nos mercados financeiros. Diversos mercados, como a NASDAQ, a Euronext e a Bolsa de Nova York (NYSE), utilizam a figura do market maker em sua estrutura de negociação. No Brasil, essa função foi regulamentada em 2003 com a Instrução CVM n.º 384, e conforme aponta Perlin (2013), o seu uso consiste em uma estratégia para promover as negociações dos ativos listados na Brasil Bolsa Balcão (B3).
O presente estudo se propõe a analisar o efeito gerado com a introdução de market makers na liquidez das Brazilian Depositary Receipts (BDRs) - valores mobiliários emitidos no Brasil e que possuem como lastro ativos, geralmente ações, emitidos no exterior. Espera-se no final deste estudo, responder ao seguinte questionamento: Existem evidências que comprovam que a atuação dos market makers contribui para o aumento da liquidez das BDRs?
Diversos estudos presentes na literatura convergem para um resultado comum: a importancia dos market makers no fornecimento de liquidez aos mercados e consequentemente no retorno dos mesmos. Devido a isso, espera-se nesse estudo, encontrar resultados semelhantes aos encontrados em Ambrozini et al. (2009), Silva (2012), Perlin (2013), Rogers e Mamede (2014), dentre outros, nas ações de empresas brasileiras, ou seja, a atuação dos market makers tem apresentado um impacto positivo também na liquidez de mercado das BDRs.
Para responder à questão de pesquisa, foi aplicada a metodologia estatística de teste de quebra estrutural de Chow nas séries históricas das proxys de liquidez, bid-ask-spread, número de negócios e volume, de cada um das 42 BDRs presentes na amostra. A partir do p-valor de cada teste, foi possível observar que a introdução de market makers ocasionou mudanças nas três proxys de liquidez na maioria das BDRs estudadas.
Os resultados encontrados na análise do teste de quebra estrutural de Chow apontaram que; para um nível de confiança de 99%, 29 BDRs, ou seja, 69% das BDRs estudados, tiveram mudanças abruptas e estatisticamente significativas no bid-ask-spread, 23 BDRs (55%) apresentaram mudanças abruptas no número de negócios e 22 BDRs (52%) apresentaram mudanças abruptas no volume. Ao flexibilizar o nível de confiança para 95%, 32 BDRs (76%) apresentaram mudanças abruptas no bid-ask-spread, 29 BDRs (69%) apresentaram mudanças abruptas no número de negócios e 29 BDRs, tiveram mudanças abruptas no volume.
Esse resultado apresenta portanto, fortes evidencias sobre a influência dos market makers na liquidez de mercado das BDRs, mostrando que a contratação desses formadores de mercado pode aumentar a liquidez de mercado e contribuir de maneira significativa com as negociações desses papeis.
AMBROZINI, M. A.; GAIO, L. E.; BONACIM, C. A. G.; CICCONI, E. G. Impacto dos formadores de mercado sobre a Liquidez das Ações Negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Revista Contabilidade Vista & Revista, v. 20, n. 3, p. 15–38, 2009. AMIHUD, Y.; MENDELSOM, H. Asset Pricing and the Bid-Ask Spread. Journal of Financial Economics, v. 17, p. 223–249, 1986. MARKOWITZ, H. Portfolio Selection. The Journal of Finance, v. 7, n. 1, p. 77–91, 1952. O’HARA, M. Market Microstructure Theory. 1. ed. Cambridge: Blackwell Publishers, 1995.