Resumo

A teoria da prática relacionada ao consumo conduz ao entendimento tanto na forma o consumo se situa na multiplicidade de práticas da vida cotidiana como ele parece estar imbricado na reprodução e na mudança social. Assim, parece ser adequado apontar as narrativas como algo que parece compor um “arsenal” de possibilidades metodológicas disponível para o pesquisador a fim de que, combinadas com outras técnicas e metodologias, possam contribuir para o entendimento do consumo enquanto uma prática da vida cotidiana.

A elaboração desse ensaio com o objetivo de construir um diálogo entre as discussões do consumo como prática e o campo da análise de narrativas apontando os pontos de contato e propondo possibilidades de pesquisas. Este olhar possibilita aos pesquisadores perceberem os consumidores de forma peculiar. Ao perceber a pertinência de suas narrativas e estórias, é possível conhecer os diferentes percursos e peculiaridades, vínculos, implicações e pertinências.

A revisão da literatura se dividiu em duas partes. A primeira apresenta uma discussão sobre consumo como prática a partir de seus autores mais importantes. A segunda parte dedica um espaço para os comentários acerca da análise das narrativas, bem como a utilização de estórias com ênfase em suas definições, sua evolução em diferentes áreas e seus usos nos estudos de consumo. A seção ainda apresentou as fases de coleta e análise de um trabalho baseado em narrativas.

Essa seção do trabalho teve o intuito de confrontar a discussão presente na literatura pesquisada atinente ao tema consumo como prática com o campo metodológico narrativas de vida a fim de discutir as aderências entre ambas, bem como apontar outras possibilidades de diálogo com outros métodos e técnicas de coleta e análise de dados. a lista de possibilidades tende a elencar outros métodos e técnicas, que conjugados, sirvam de base para compor arcabouços metodológicos que possam contribuir tanto para o campo do consumo como para a ampliação do alcance da análise das narrativas.

Os pontos de contato visíveis que parecem relacionar os processos intersubjetivos baseados nas vivências compartilhadas pelas pessoas, que consensualmente dão sentido ao mundo que as rodeiam, parecem ser comuns tanto à tradição dos estudos relativos ao consumo como prática quanto dos trabalhos atinentes ao campo da análise de narrativas. A ideia de que as narrativas envolvem a natureza ambígua da verdade além do caráter inerentemente contraditório de discutir algo do ponto de vista narrativo parece encontrar eco na perspectiva do consumo enquanto prática social cotidiana.

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