Resumo

Título do Artigo

DISCURSO GERENCIAL DA CONFIANÇA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PRIVADAS À LUZ DA DIFUSÃO DA IDEOLOGIA GERENCIALISTA: UMA ANÁLISE CRÍTICA
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Palavras Chave

Discurso Gerencial
Confiança
Ideologia Gerencialista

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - Bárbara Novaes Medeiros
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Campus Darcy Ribeiro
2 - Marcus Vinicius Soares Siqueira
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - DF

Reumo

O discurso gerencial da confiança em instituições de Ensino Superior (IES) privadas é o foco deste estudo, devido as suas intenções serem pouco claras e justificadas de modo racional. Considera-se o discurso gerencial, como dispositivo de informação e comunicação, utilizado pelos gerentes, como principal meio para difusão da ideologia gerencialista.
O presente estudo analisa o discurso gerencial da confiança em Instituições de Ensino Superior (IES) privadas à luz da difusão da ideologia gerencialista. Pretende-se identificar os modos de representação do discurso gerencial e as características do poder gerencialista, que instrumentalizam as estratégias de comunicação da confiança nas IES, e buscam eufemizar as relações de dominação.
A interpretação da confiança será realizada neste estudo sob perspectiva crítica, utilizando-se do aporte teórico de elementos constituintes da crítica à ideologia gerencialista, e da sociologia clínica.
É uma pesquisa com abordagem qualitativa e exploratória-descritiva, realizada em uma cidade localizada em Minas Gerais, a partir de entrevistas, sob orientação do roteiro semiestruturado e em profundidade, com 12 gerentes de 3 IES privadas. A análise de dados (pontos críticos no discurso professado pelos (as) gerentes) foi realizada a partir da análise crítica do discurso (FAIRCLOUGH, 2016).
Os resultados revelaram que a comunicação da confiança nas IES é instrumentalizada no discurso dos gerentes, devido eufemizarem as relações de dominação, por meio de estratégias que perpassam o discurso desde a criação de uma relação mais próxima com os docentes até a busca pela identificação total deles com a IES.
Desse modo, há a inserção do indivíduo em uma massa acrítica, o que é mais significativo quando se fala do docente, que deveria estar imerso em um processo constante de reflexão quanto à seu papel no processo de mudança social, de transformação - do social e do organizacional - da perspectiva do indivíduo e não simplesmente, de forma, a assumir uma lógica que precariza e intensifica seu trabalho.
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