Resumo

Título do Artigo

AFASTAMENTO E RETORNO AO TRABALHO APÓS TRANSTORNOS MENTAIS: REVISITANDO CONCEITOS E IDENTIFICANDO LACUNAS E PROPOSIÇÕES EM ESTUDOS CONTEMPORÂNEOS
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Palavras Chave

Retorno ao trabalho
Transtorno mentais
Estudos contemporâneos

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Temas Emergentes e Modismos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Cledinaldo Aparecido Dias
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PPGA
2 - Marcus Vinicius Soares Siqueira
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - DF

Reumo

Estudos das mais diversas áreas e campos de conhecimento perpassam a temática dos transtornos mentais e suas relações com o trabalho. Entre os diferentes focos de análise verifica-se retorno ao trabalho como um dos aspectos mais complexos nas políticas de atenção à saúde do trabalhador. Embora a importância do tema para os diversos atores sociais envolvidos (trabalhador, familiares, empresas, seguradoras, governo), ainda se percebe escassez de discussões e pesquisas que discutem a temática.
Observando as novas configurações do trabalho e agravos advindo dessas, verifica-se expressivo aumento de transtornos mentais associados ao trabalho e influenciadores de afastamentos e retornos de trabalhadores aos espaços laborais. Este trabalho questiona, como a produção científica tem pensando o retorno ao trabalho após transtorno mental? Entre outros desdobramentos, a discussão realizada objetiva articular as relações, lacunas e inconsistências da literatura, afim de refletir a complexidade do processo de retorno ao trabalho de profissionais acometidos por algum tipo de transtorno mental.
Uma variedade de estudos em diversas áreas e campos de conhecimento, discutem os transtornos mentais e suas relações com o trabalho. No bojo das discussões são apresentadas diferentes perspectivas, perfazendo aspectos clínicos, epidemiológicos, econômicos, políticos, sociais, entre outros. Ademais, Andersén et al. (2017), Brataas et al. (2016), Neves (2016) e Ståhl et al (2011) discutem as repercussões dos transtornos mentais no trabalho, atentando para os agravos emergentes do afastamento e retorno de trabalhadores ao ambiente de trabalho após afastamento por moléstias dessa natureza.
Os estudos realizados demonstram uma maior quantidade de trabalhos voltados para uma análise quantitativa do fenômeno, centram-se em aspectos como auto eficácia dos retornos; gastos e custos do governo, dos empregadores e das seguradoras; retorno e produtividade do empregado, entre outros. Os trabalhos qualitativos identificam as condições e relações de trabalho como principais desencadeadores dos transtornos; a falta de programas institucionais de acompanhamento dos processos de afastamento e retorno ao trabalho; a indiferença dos médicos peritos e a importância do suporte familiar.
À guisa de conclusão, verifica-se a necessidade de novas discussões, com diferentes abordagens de análise e categorias profissionais, de forma que a ciência possa contribuir para a minimização do mal-estar social advindo desse complexo fenômeno.
Andersén, Å., Ståhl, C., Anderzén, I., Kristiansson, P., & Larsson, K. (2017). Positive experiences of a vocational rehabilitation intervention for individuals on long-term sick leave: a qualitative study. BMC Public Health, 17(1). Brataas, H. V., & Evensen, A. E. (2016). Life stories of people on sick leave from work because of mild mental illness, pain and fatigue. Work, 53(2). Neves, R. da F. (2016). Experiência e significado no retorno ao trabalho para trabalhadores com transtorno mental. Universidade Federal da Bahia, Salvador.