Resumo

Título do Artigo

ANTROPOCENO OU SEMIÓFORO? ENSINO, SUSTENTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO
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Palavras Chave

Ensino
Administração
Sustentabilidae

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Formação do Professor e Pesquisador

Autores

Nome
1 - Leandro Petarnella
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Vergueiro
2 - JULIO FRANCISCO BLUMETTI FACO
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC (UFABC) - Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas
3 - Márcio de la Cruz Lui
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - SÃO PAULO
4 - Alex Paubel Junger
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC (UFABC) - Santo André

Reumo

Este ensaio, de cunho teórico, tem por objetivo refletir sobre as relações sobre o ensino da sustentabilidade na administração. Para tanto, parte do reconhecimento da atualidade como um período antropocênico para inferir, por meio das reflexões tecidas, de que a sustentabilidade se apresenta, ainda, como um semióforo quando pensada sob a ótica do ensino na administração. É conduzido sob a perspectiva e metas estabelecidas para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável para interpelar que a mesma, por ser considera ainda categoria de análise fragmentada no ensino da administração.
Operar com o ensino no Antropoceno, é o desafio desta nova era e, ao mesmo tempo, uma questão que deve ser entendida e refletida por todos. Por isso, o problema apresentado aqui se estabelece a partir da necessidade de se compreender as novas demandas sociais que, por sua vez, se alinham ao desafio de se forjar uma sociedade que deveria elaborar planos nacionais de desenvolvimento socialmente includentes e ambientalmente sustentáveis. A busca de novos rumos sociais, aqui com especificidade ao papel dado ao ensino à esta questão, é um problema tão atual quanto necessário é o seu enfrentamento.
A sociedade deve utilizar os recursos presentes e garantir a utilização dos mesmos pelas futuras gerações como apregoa Brundtland (1991). Para tanto, é necessário que "o objeto de trabalho se transforme também em objeto de um saber empírico e de um conhecimento conceitual” (LEFF, 2010, p. 23), para se criar uma "nova forma de organização que vislumbre estratégias alternativas de transição" (ABRAMOVAY, 2012) e alcançar as metas sustentáveis delineadas por Mendes (1995). Assim, se torna possível o "desenvolvimento de uma vida plena e criativa" (SEN, 2009), sendo o ensino uma estratégia possível.
A inserção da sustentabilidade na administração implica na tentativa de se alterar paradigmas nos quais as estratégias de ensino e geração de conhecimento já estão consolidadas. Se a mudança de paradigma pressupõe rupturas com os modelos dominantes, pode-se afirmar que estando presa à velha racionalidade, o desafio da inserção de um novo olhar proposto pela sustentabilidade ainda não está sendo enfrentado de maneira efetiva pela administração. Mas este feito não ocorre porque não se busca alinhar o foco do ensino à sustentabilidade. Ao contrário. Ocorre porque não se sabe como fazê-la.
A ausência de contornos conceituais para o ensino da sustentabilidade na administração se apresente de maneira difusa. Em decorrência, o referido ensino é também lacunar e fronteiriço já que seu entendimento e pesquisas podem ser realizados sobre diversos focos e/ou vertentes. Por esta razão, o mesmo é um processo que não se firma, necessariamente, como mecanismo da efetiva transformação nos valores e ou ideários sociais e nem, tampouco, em uma nova visão sobre o sistema social vigente herdado de uma velha racionalidade se constituindo, portanto, como um semióforo.
ABRAMOVAY, R. (2012). Muito além da economia verde. São Paulo: Abril. BRUNDTLAND, G. H. (1991). Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV. CARROL, A. B. (1999). Corporate social responsibility. Business and Society, n. 38, v., p. 268-295. CLARKSON, M. B. E. (1995). A stakeholder framework for analyzing and evaluating Corporate social performance. Academy of Management Review, v. 20, n. 1, p. 92-117, jan. ELKINGTON, J. (2001). Canibais com garfo e faca. São Paulo: Makron Books.