Resumo

Título do Artigo

ESTRATÉGIA COMO PRÁTICA SOCIAL EM UM ALAMBIQUE DE CACHAÇA ARTESANAL: uma análise sob a ótica construcionista
Abrir Arquivo

Palavras Chave

estratégia como prática
construcionismo
cachaça artesanal

Área

Artigos Aplicados

Tema

Estratégia

Autores

Nome
1 - Lucas Canestri de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Programa de Pós-graduação em Administração
2 - Mozar Jose de Brito
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Ppga

Reumo

A estratégia como prática social é uma teoria emergente que buscando explicar a relação entre a estrutura e ação, enfatizando a relevância das práticas reflexivas na mediação dessa relação no espaço e no tempo. Reconhecendo ainda o papel ativo dos praticantes individuais e sua permeabilidade às teorias da prática social. A intenção deste trabalho é contribuir com o campo de estudo da estratégia como prática social por meio da aplicação de um modelo de análise construcionista numa organização produtiva, sendo o objeto da pesquisa: a produção de cachaça artesanal.
A cachaça é considerada uma bebida tipicamente brasileira e sua produção foi iniciada no século XVII, durante o ciclo histórico da cana-de-açúcar. Atualmente o sistema agroindustrial responsável pela produção e comercialização da cachaça pode ser dividido em três subsistemas: (i) o subsistema industrial, (ii) o subsistema artesanal tradicional e (iii) o subsistema artesanal modernizante. O alambique estudado pertence ao subsistema artesanal modernizante, cumprindo determinadas normas e práticas que caracterizam a produção da cachaça artesanal com selo de qualidade.
O trabalho procura explicar a relação entre a estrutura (contexto institucional) e ação (práxis), enfatizando a relevância das práticas reflexivas na mediação dessa interdependência no espaço e no tempo. A estratégia como prática social é uma abordagem que reconhece tanto o papel ativo dos praticantes individuais, quanto sua permeabilidade às teorias da prática social. Por meio de conceitos construcionistas busca-se traçar um diagnóstico da estratégia como prática num alambique tipificado como artesanal modernizante.
O artigo propõe um consórcio teórico-metodológico que se complementa no sentido de lançar um olhar para inter-relação entre as unidades de análise estrutura e ação. O modelo de análise aqui proposto abriga as três categorias da estratégia como prática propostas por Vazquez (2007); (i) práxis, (ii) prática reflexiva e (iii) praticante - acopladas a conceitos construcionistas que transitam do nível micro para o macrossocial gradualmente. A práxis analisada neste trabalho é a produção de cachaça artesanal.
Buscou-se revelar os processos por meio dos quais o praticante dá sentido às ações, o que pensa sobre as práticas cotidianas e rotinas. O trabalho apresenta em seis sessões analíticas, pela voz do praticante, as dimensões construcionistas de; repertórios interpretativos, práticas discursivas, práticas organizacionais, práxis social estratégica, história das organizações e contexto sócio histórico,. Por fim apresenta-se uma síntese analítica onde se destacam os aspectos centrais da estratégia como prática no alambique estudado.
Avaliamos que aplicação do consórcio teórico-metodológico proposto possa contribuir para compreensão da prática numa organização e da prática como ontologia teórica, além de permitir estudos comparados. A estratégia como prática fica evidente na rotina de uma organização quando as práticas do presente derivam de práticas reflexivas de intervenção no espaço realizadas no passado. Concluímos que, para além do que as pessoas fazem, a estratégia como prática também está na arquitetura, na engenharia, no design e sobre tudo, na imaginação das rotinas do futuro.