Resumo

Título do Artigo

O impacto de notícias públicas no retorno de empresas pertencentes ao Índice de Sustentabilidade Empresarial
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Palavras Chave

ISE
Notícias
Sustentabilidade

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Desempenho Social Corporativo (CSP)

Autores

Nome
1 - Catarina de Oliveira Cano
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade
2 - Ricardo Goulart Serra
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - MPA

Reumo

Pressionadas pelo novo comportamento do consumidor ‘verde’, que valoriza os produtos de organizações ‘ecologicamente corretas’, as empresas se veem ‘obrigadas’ a implantar ações sustentáveis se quiserem manter-se vivas no mercado (Bacha, Santos, & Schaun, 2010). No entanto, a utilização incorreta dos conceitos acontece, pois, a sustentabilidade, em dado momento, passou a ser utilizada como forma de comercializar produtos e marcas, tentando enaltecer e criar uma imagem de que a empresa estava agindo segundo padrões sustentáveis, o que nem sempre é a realidade (Hinz, Valentina, & Franco, 2006).
Neste sentido, as questões que se colocam são: (a) os investidores se importam com a conduta sustentável das empresas?, (b) notícias públicas, nos meios de comunicação, relacionadas à sustentabilidade acarretam retornos anormais nas ações das empresas relacionadas a tais notícias? e (c) os investidores exigem melhor comportamento das empresas que se dizem sustentáveis? Portanto, o objetivo do presente estudo é avaliar o impacto de notícias (a) negativas e (b) positivas, no que diz respeito à responsabilidade social, no retorno das empresas (i) componentes e (ii) não componentes do ISE.
A sustentabilidade é um tema natural de estudo: afinal, a escassez de recursos é uma preocupação central. Os estudos nesta área têm focado, por exemplo: (i) na relação entre sustentabilidade e desempenho financeiro das empresa, (ii) no impacto no retorno das ações de empresas sustentáveis, (iii) na diferença na forma de financiamento das empresas, (iv) na probabilidade de insolvência das empresas, (v) ganhos intangíveis em inovação, acesso a outros mercados etc.. Não se tem conhecimento de que as perguntas discutidas no presente artigo tenham sido endereçadas pela academia.
O presente artigo dedica-se a verificar se notícias relativas à responsabilidade social de uma empresa impactam o retorno de suas ações e, para tanto, utilizou-se de estudo de eventos. Nestes estudos, verifica-se se um determinado evento foi capaz de produzir, consistentemente, retornos anormais. As notícias públicas, com cunho de divulgação do tema sustentabilidade, foram extraídas dos arquivos eletrônicos do jornal Valor Econômico, no período de 01.01.2010 a 30.06.2016. 101 notícias foram classificadas como positivas e 102 notícias foram classificadas como negativas.
No que diz respeito às notícias negativas, considerando todas as empresas (componentes ou não do ISE), verifica-se que a partir da janela (-5, 0) até a janela (0,+2), as notícias negativas impactaram os preços. No entanto, não existe diferença no comportamento das empresas ISE das empresas não ISE. No que diz respeito às notícias positivas, considerando todas as empresas (componentes ou não do ISE), verifica-se que os retornos acumulados observado e esperado não apresentam diferença significativa, resultado que se mantém para as sub-amostras (ISE e não ISE).
A análise das notícias negativas indica que elas impactam negativamente o retorno das ações em geral, comportamento este similar entre empresas ISE e não ISE. Duas possíveis explicações para a reação do mercado dar-se antes da notícia: (i) a notícia foi publicada antes em outro veículo ou (ii) o mercado tem informações privilegiadas. Notícias referentes a acidentes dificilmente seriam previamente conhecidas e, portanto, no caso de o mercado ter tais informações privilegiadas, este tipo de notícia deve ser a minoria. No que diz respeito às notícias positivas, não se identificou nenhum impacto.
Andrade et al. (2013). Bacha; Santos; & Schaun (2010). Barakat et al. (2016). Barnett, & Salomon (2012). Cavalcante; Bruni; & Costa (2009). Cerin; & Dobers (2011). Crifo; & Forget (2015). Cunha; & Samanez (2014). Eccles; Ioannou; & Serafeim (2014). Hinz; Valentina; & Franco (2006). Kuhlman; & Farrington (2010). Lovato (2013). Martins et al. (2015). Moraes et al. (2014). Nunes et al. (2010) Pacuotte (2011). Ribeiro; do Carmo ( 2015). Santos; & Porto (2013). Serra; Felsberg; & Fávero (2017). Silinske et al. (2014). Silva; & Câmara (2015). Teixeira; Nossa; & Funchal (2011).