Resumo

A finitude dos recursos naturais e as injustiças sociais influenciadas pelo modelo de desenvolvimento vigente impulsionam o reconhecimento do desajuste econômico, social e ambiental tratadas pelas discussões sobre a sustentabilidade (ALMEIDA,2002). A necessidade de cuidar dos recursos do planeta e progresso da sociedade de uma forma sustentável tem como engrenagem principal a dimensão humana (D’AMORIM,2009). No entanto, um comportamento sustentável engloba um conjunto complexo de fatores psicológicos, internos e externos, para que as pessoas se comportem de forma sustentável (MANNING,2009).

O comportamento sustentável é um termo relativamente recente nos estudos acadêmicos de diferentes áreas. Sua ampla interpretação resulta uma complexa definição e instrumentos de mensuração deste comportamento. Sendo a prática individual da sustentabilidade o tema de estudo desta pesquisa buscou-se analisar as escalas de mensuração de comportamento sustentável mais utilizadas na literatura.

Buscando atingir este objetivo como fundamentação teórica as principais teorias de comportamento apresentadas pela Psicologia Social foram abordadas. Entre estas destacam-se a Teoria da Ação Racional e Teoria da Ação Planejada, destacando que o modelo de atitude-comportamento tem sido o mais utilizado para analisar o comportamento sustentável. Sendo q este enfatiza não somente os esforços para a proteção do ambiente natural, mas também a proteção do ambiente social (TAPIA-FONLLEM et al, 2013).

Este estudo, a partir de uma busca sistemática verificou em 20 artigos das bases de dados SPELL, EBSCO e SCOPUS, publicados entre 2000 e 2016, as 9 escalas utilizadas para mensurar o comportamento sustentável. A seleção dos artigos para análise seguiu três critérios principais: analisarem o comportamento sustentável em nível individual (1); considerarem a dimensão psicossocial do comportamento estudado (2); utilizar survey como instrumento de pesquisa para mensurar o comportamento ecológico ou sustentável dos participantes (3).

Dos 20 artigos fruto da busca sistemática avaliou-se as escalas de comportamento sustentável (CS) utilizadas em seus estudos. Eliminando os estudos que não especificam a origem dos itens de CS 8 escalas foram descritas e analisadas observando o método de construção utilizado pelos autores. São estas: (1) General Ecological Behavior; (2) New Environmental Paradigm e New Ecological Paradigm; (3) Atitude-conhecimento ecológico; (4) Nature in Self measure; (5) Environmental Concern Scale; (6) Brief Inventory of values; (7) Short Nature Relatedness Scale; e, (8) Predisposição ao CS.

Podemos concluir que, de maneira geral, os estudos de comportamento sustentável, considerando os aspectos psicológicos e sociais que influenciam os indivíduos, têm ganhado força nos últimos anos. No entanto, o crescimento de publicações sobre o tema também tem aumentado a complexidade e compreensão deste construto. Observou-se a partir da análise realizada que os pesquisadores vêm aprimorando o método de validação e criação das escalas ao longo do tempo, no entanto, o aumento da complexidade do construto estudado tem resultado na diminuição da originalidade dos itens utilizados.

ALMEIDA, J. A problemática do desenvolvimento sustentável. In: BECKER, D. F. (Org.). Desenvolvimento sustentável: necessidade e/ou possibilidade? Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2002. p. 21 – 29 ---D’AMORIM, A. R. de F. F. Gestão de recursos humanos em organizações sustentáveis: análise à luz do Global Reporting Initiative e da administração renovada. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Paraíba - Centro de Ciências Sociais Aplicadas. João Pessoa, 2009. -MANNING, C. The psychology of sustainable behavior: tips for empowering people to take environmentally positive action. Minnesota Pol