Resumo

O trajeto dos indivíduos que ingressam em uma universidade é repleto de desafios a serem superados, podendo acarretar nos estudantes o desgaste emocional e a sobrecarga de atividades. Nesse contexto, alunos entrantes e concluintes enfrentam desafios distintos diante das diferentes atividades exigidas, tornando-os vulneráveis ao desenvolvimento da síndrome de Burnout, caracterizada pela cronificação do estresse e decorrente das exaustões física e mental.

Esse estudo pretende responder a seguinte questão: Qual a incidência da síndrome de Burnout em estudantes entrantes e concluintes do curso de Administração de uma universidade na Paraíba? O objetivo é verificar a ocorrência da síndrome de Burnout em estudantes de Administração, utilizando o instrumento Maslach Burnout Inventory Student Survey (Maslach & Leiter, 1997).

A síndrome de Burnout é identificada como uma reação ao estresse laboral crônico, que provem da falta de estratégias de enfrentamento aos agentes estressores. Segundo Maslach, a Síndrome de Burnout é caracterizada por três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal(MASLACH,2001). A utilização do MBI permitiu avaliar a ocorrência da síndrome de Burnout, tornando-se assim o instrumento mais utilizado.

A pesquisa parte de estudo de caso com abordagem exploratória e classificada como quantitativa. Foi utilizado o instrumento Maslach Burnout Inventory Student Survey (MBI-SS) originalmente dividido em três dimensões para averiguação da síndrome: exaustão emocional, despersonalização e realização profissional, distribuídas em 15 questões. Com aplicação por formulário eletrônico com alunos entrantes e concluintes, chegando a um total de 70 respondentes.

Os resultados obtidos indicaram não haver incidência de Burnout em ambos os grupos, apresentando índices médios de exaustão emocional de 71% para os entrantes e 52% para concluintes, seguido pela despersonalização com baixo índice de 65% para entrantes e 63% para os concluintes e índices elevados para a realização profissional, com 61% para os entrantes e 48% para os concluintes.

Por fim, percebe-se que mesmo com a ausência da SB nesse grupo, o risco do desenvolvimento futuro pode estar contido pelo alto índice de realização profissional. Gerando a necessidade de atenção com o aluno diante os possíveis acarretamentos de exaustão vivida na fase acadêmica.

Benevides-Pereira, A. M. T. (2002). Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, p. 35. Fogaca, M. C. et al,. (2012). Burnout em estudantes de psicologia: diferenças entre alunos iniciantes e concluintes. Aletheia, Canoas, 38-39, 124-131. Maslach, C. (1978). Job Burnout: How people cope. Public Welfare, 8, 56-58. Maslach, C., & Jackson, S. E. (1981). The measurement of experienced Burnout. Journal of Ocuppational Behavior, 2, 99- 113.