Resumo

Título do Artigo

A RELAÇÃO ENTRE O DISCURSO DA RESILIÊNCIA E O ASSÉDIO MORAL NAS ORGANIZAÇÕES
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Palavras Chave

Resiliência
Assédio moral
Precarização do trabalho

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Temas Emergentes e Modismos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - PAULA PINTO RAMALHO
UNIVERSIDADE SALVADOR (UNIFACS) - COSTA AZUL
2 - Jair Nascimento Santos
UNIVERSIDADE SALVADOR (UNIFACS) - PPGA

Reumo

O mundo do trabalho sofreu mudanças nas últimas décadas. O novo arranjo no mercado promoveu uma redefinição entre capital e trabalho e trouxe novas exigências ao perfil do trabalhador (CIMBALISTA, 2007), que passou a necessitar de características e habilidades que ultrapassam seus limites físicos e psíquicos, culminando à sua exaustão (RIBEIRO et al., 2011). As empresas passaram a requisitar profissionais que aderissem às mudanças, sem resistência, e apresentassem habilidades para atuar nessas situações imprevisíveis mantendo saúde plena e alta produtividade (CONNER, 1995).
O artigo propõe o seguinte problema: “Como o discurso da resiliência legitima a prática de assédio moral nas organizações”? A partir do problema de pesquisa e da contextualização, estabeleceu-se como objetivo geral deste artigo apresentar como as empresas estão sendo permissivas ao assédio moral por meio do discurso da resiliência, pelo olhar dos assediados.
A resiliência costuma ser definida como a capacidade de responder satisfatoriamente a uma situação de estresse. Está apoiada sob dois pilares: a adversidade e a proteção (ASSIS, 2006). Originária do latim, a palavra resilio denota retornar a um estado anterior (YUNES, 2003; PINHEIRO, 2004). O fenômeno da resiliência foi estudado por diferentes áreas, sendo pioneiro no campo da Física, muito estudado na Psicologia e atualmente vem sendo abordado pela Administração, mas não há consenso na sua definição.
Para desenvolvimento da pesquisa optou-se pelo estudo exploratório, tendo como modelo uma abordagem qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram trabalhadores vítimas de assédio moral ou que foram membros de alguma comissão de investigação sobre assédio moral ocorrido na organização, escolhidos pela técnica do snowball (Bola de Neve), devido às dificuldades encontradas para obter os entrevistados pela reserva e desconforto do tema. Como instrumento de coleta, optou-se por realizar entrevista semiestruturada individual presencial.
Foi revelado que o discurso da resiliência nas organizações concede ao gestor mecamismo para manter comportamentos abusivos, com a anuência do trabalhador que se submete para se manter no ambiente corporativo.
Espera-se que este estudo contribua para que a academia, profissionais de gestão de pessoas, sindicatos e gestores reflitam sobre o caminho precário que está se estabelecendo nas relações de trabalho, onde as empresas se apropriam de argumentos sofisticados, como o discurso da resiliência, para mascarar práticas abusivas como o assédio moral, legitimando este comportamento no cotidiano, que leva ao desgaste, desmotivação, perda de produtividade das equipes, além do adoecimento.
AMPARO, Deise Matos do et al. Adolescentes e jovens em situação de risco psicossocial: redes de apoio social e fatores pessoais de proteção. Estudos de Psicologia, México, v.13, n.2, p.165-174, set. 2008. ANJOS, Losangeles Sutil Guerreiro; GRZYBOVSKI, Denize; MACHADO, Rebel Zambrano. O gestor narcisista destrutivo e o assédio moral nas empresas humanísticas. In: GRZYBOVSKI, Denize; MOZZATO, Anelise; PEREIRA, André (Org.). Assédio Moral no Trabalho: múltiplos olhares. Passo Fundo: Imed, 2010. p. 91-118. ASSIS, Simone Gonçalves de; PESCE, Renata Pires; AVANCI, Joviana Quintes. Resiliência enf