Resumo

Título do Artigo

Representação da liderança feminina na mídia de negócios: uma análise das revistas Exame e Istoé Dinheiro
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Palavras Chave

Liderança feminina
Mídia de negócios
Representação feminina

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Gestão de Pessoas e de Equipes

Autores

Nome
1 - Raquel Prá
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
2 - Tainá Araújo Freitas
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - EA
3 - Diego Pereira da Maia
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Fabico
4 - Silvia Generali da Costa
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Reumo

A diferença entre as oportunidades de trabalho e de cargos de liderança entre homens e mulheres ainda são visíveis no cenário atual. Estudos como os desenvolvidos por Itaussu e Tonelli (2014) e Leal (2017), apontam para a análise das representações femininas nas diferentes mídias como as de negócios, como um caminho para desvelar os fatores associados às desigualdades de gênero encontrados no ambiente corporativo. Estas representações sociais espelham o mundo organizacional ao mesmo tempo em que formatam nossa forma de ver o mundo, inclusive, desta forma, perpetuando estereótipos de gênero.
Este artigo busca analisar a questão: Como a liderança feminina é representada na mídia de negócios no Brasil? Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é compreender de que forma a liderança feminina é representada na mídia de negócios, particularmente em duas revistas de grande circulação: Exame e Istoé Dinheiro. Buscou-se identificar se há representatividade feminina, relações de protagonismo versus subordinação e representação positiva versus negativa e se há presença de estereótipos.
O referencial teórico está subdividido em quatro partes: Representação da mulher na sociedade; Presença da mulher no mercado de trabalho; Representação social na mídia nacional; e representação da liderança feminina na mídia. A presença feminina na mídia de negócios é recente e caracterizada por uma multiplicidade de representações. Estas variações acompanham os avanços e retrocessos vivenciados pelas mulheres, demonstrando a controvérsia que ainda persiste relação a sua presença em diferentes espaços sociais.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva (GIL, 2008). Os dados foram coletados nos sites das revistas Exame e Istoé Dinheiro. Analisaram-se capas veiculadas entre os anos de 2012 e 2016, ou seja, contemplando um recorte de cinco anos. A análise dos dados foi realizada por intermédio das técnicas de crítica fotográfica, conforme proposta por Barrett (2000) e análise de conteúdo, proposta por Bardin (2011). As categorias de análise criadas foram: representatividade feminina; protagonismo versus subordinação; representação positiva versus negativa; e presença de estereótipos.
A análise das capas da revista Exame e Istoé Dinheiro, permitem chegar a conclusões similares à do estudo de Capelle et al. (2004), de que a representação feminina varia conforme o contexto que está sendo trazido, incluindo mulheres que limpam fachadas, sensuais, as políticas mal sucedidas e empresárias de destaque. Apesar de haver uma retratação positiva em relação da líder mulher em algumas capas, é perceptível que a representatividade feminina ainda é baixa em relação aos homens, como citam Rocha e Woitowicz (2013).
A partir da realização deste estudo foi possível identificar as tendências referidas na literatura acadêmica a respeito da representatividade feminina na mídia de negócios. Percebe-se que as mulheres são sub-representadas na área de negócios, espaço em que os homens permanecem como protagonistas. Mesmo quando estas aparecem em conjunto com os homens nas capas, ainda assim parece que estão em segundo plano e em alguns momentos são representadas com base em estereótipos de gênero.
ABREU; RIPOLL (2013); BARDIN, (2011); BARRETT (2000); BEAUVOIR (1980); BIROLI (2011); CAPELLE; MAGESTE; MELO; BRITO (2004); DEVIDE (2005); EXAME (2017); FLEURY (2013); GIL (2008); GLICK; FISKE (1996); GOFFMAN (1985); GUANIZA (2007); IBGE (2017); ITUASSU; TONELLI (2014); LANA; LEAL (2014); LEAL (2017); LIMA; CARVALHO NETO; LIMA; TANURE; VERSIANI (2013); LOURENÇO; ARTEMENKO; BRAGAGLIA (2014); MARTINS; LOPES; OLIVEIRA; MEDEIROS (2017); MIRA (2001); MIRANDA (2013); MOURAO; GALINKIN (2008); NOGUEIRA (2015); NOREMBER; GORCZENSKI (2017); ORMAN (2007); ROCHA; WOITOWICZ (2013); SGARBIERI (2006).