Resumo

Título do Artigo

Perdas na logística de soja e milho no Brasil: contribuições para o fortalecimento do agronegócio
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Palavras Chave

Perdas
Agronegócio
Logística

Área

Operações

Tema

Logística e Cadeia de Suprimentos

Autores

Nome
1 - Thiago Guilherme Péra
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ/USP - ESALQ
2 - José Vicente Caixeta Filho
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ESALQ

Reumo

A redução das perdas é de grande importância para estabilizar a oferta de alimentos ao longo da cadeia de suprimentos e fortalecer a segurança alimentar. Particularmente, dentro da cadeia de suprimentos agroalimentar tem ganhado destaque a gestão da minimização das perdas ao longo das atividades logísticas. As perdas podem ser entendidas como uma ineficiência que afeta negativamente a sustentabilidade econômica, ambiental e social de uma cadeia agroalimentar, principalmente por incorrer em desperdícios de recursos (físicos, financeiros e ambientais).
O objetivo geral do artigo é apresentar uma contribuição para a gestão das perdas de grãos na logística do agronegócio , envolvendo os seguintes tópicos: (1) identificar os níveis de perdas de grãos em cada atividade na logística brasileira e seus fatores determinantes; (2) apresentar como os agentes econômicos no mercado logístico interpretam as perdas; e, (3) apresentar índices e função de perdas para auxiliar na gestão logística, envolvendo quatro decisões logísticas: modalidade de transporte, tipo de armazenagem, qualidade da via do corredor rodoviáririo e canal de comercialização.
Um terço dos alimentos produzidos para o consumo humano é perdido ou desperdiçado no mundo, ou seja, o equivalente a 1,3 bilhão de toneladas por ano, às quais representam perdas econômicas na ordem de US$ 750 bilhões anualmente (FAO, 2013). As perdas e desperdícios de alimentos mundialmente são estimados na ordem de 1,3 bilhão de toneladas ao ano (FAO, 2011). Europa, América do Norte e Oceania são as regiões com as maiores taxas de perdas e desperdícios de alimentos per capita, com valores superiores a 250 quilogramas por pessoa, enquanto que o Sul e Sudeste Asiático.
A metodologia consistiu na revisão de literatura e na coleta de dados primários por entrevistas por telefone ou contato pessoal trinta e duas instituições contemplando terminais (ferroviários e portuários), transportadoras, agenciadores e embarcadores. Na sequência foram realizadas diversas análises qualitativa e quantitativas - envolvendo estatística descritiva, modelo econométrica e estruturação de um índice de perda utilizando um modelo matemático.
A partir da estruturação da função de perdas na cadeia de suprimentos de soja e milho foi possível estabelecer algumas relações importantes até então não muito conhecidas que podem auxiliar na mitigação das perdas. Além disso, foi observado que os agentes econômicos que atuam no mercado logístico negociam as perdas com os prestadores de serviço de transporte, seja por quebra técnica no transporte ou por retenção contratual, visando reduzir riscos de perdas nas operações logísticas.
O problema das perdas é muito mais sério quando analisado de forma integrada na cadeia de suprimentos de soja e milho e não pode ser negligenciado. A perda relativa de uma atividade logística assume um valor decimal, por outro lado, a perda acumulada ao longo da cadeia de suprimentos assume um valor global bastante considerável, ainda mais para o setor de grãos, o qual apresenta um volume de produção de quase duzentos milhões de toneladas. Esse retrato enfatiza a necessidade de conscientização sobre as perdas visando fomentar políticas públicas e gestões eficientes para mitigá-las.
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