Resumo

Título do Artigo

RETORNO DAS AÇÕES E A INFLUÊNCIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
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Palavras Chave

Responsabilidade Social Corporativa
Retorno das ações
Valorização de ativos

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - Caroline Keidann Soschinski
Universidade Regional de Blumenau - FURB - PPGCC
2 - Moacir Manoel Rodrigues Junior
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

O fato das empresas investirem e divulgarem práticas de responsabilidade social corporativa (RSC), assim denominadas, para Dalmacio e Buoso (2016) podem representar para alguns investidores uma expectativa de benefícios futuros para a empresa. Por outro lado, de acordo com Groening e Kanuri (2013), alguns investidores não se satisfazem ao receberem informações sobre as práticas de RSC, o que decorre do entendimento de que tais ações podem ser desnecessárias ou ainda prejudiciais à saúde financeira da organização.
Em cenário brasileiro, pode-se destacar o estudo de Boente e Cavalcanti (2012) que não evidenciou associação entre a RSC e o retorno das ações, Salgado, Silva e Araújo (2015) que constatou uma relação negativa, e Dalmacio e Buoso (2016), uma relação positiva. Diante das diferentes implicações que as práticas de RSC podem ter para os investidores e diante das divergências de estudos, tem-se como questão de pesquisa: Qual a influência das práticas de RSC no retorno das ações? Para atende-la, objetivou-se analisar a influência das práticas de RSC no retorno das ações de empresas brasileiras.
O entendimento de que as práticas de RSC podem representar uma “ameaça” à saúde financeira da empresa foi exposto por Friedman (1970), autor responsável por sustentar a teoria dos shareholders. Essa teoria, ao contrário a teoria dos stakeholders, explica que os valores destinados as práticas sociais são percebidos pelos acionistas e investidores como custos e não como investimento, pois visam a promoção social e não a eficiência das atividades.
A pesquisa se caracteriza como descritiva, documental e de abordagem quantitativa. A população da pesquisa compreendeu todas as empresas disponíveis na base de dados Thomson Reuters Eikon. A amostra compreendeu 166 empresas durante o período de 2011 a 2017, totalizando 1.162 observações. A operacionalização do estudo se deu por meio da utilização de regressão linear múltipla por erros padrões robustos e do método de sensibilidade Propensity Score Matching.
Os principais achados correspondem a relação positiva entre as práticas de RSC e o retorno das ações de empresas brasileiras. Na análise principal, evidenciou-se a influência positiva das práticas de RSC no retorno das ações, no entanto, para minimizar o viés de seleção da amostra e considerando que o maior número de observações correspondeu a empresas que não possuíam nenhum nível de RSC, realizou-se um teste de sensibilidade, que confirmou os resultados obtidos na análise principal.
Estas evidências geram contribuições adicionais para as pesquisas já realizadas, principalmente em contexto brasileiro, onde diferentes pesquisas encontraram diferentes resultados relacionados a relação entre RSC e desempenho de mercado. Além disso, expande-se com os achados de Degenhart, Mazzuco e Klann (2017), que constataram que os investidores consideram as informações de RSC relevantes para à tomada de decisão, mas não evidenciaram se de fato a relevância destas informações possuía influência na valorização de mercado.
Dalmacio, F. Z., & Buoso, D. (2016). Comparação dos Indicadores Contábeis das Empresas com Ações Listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) com os das Demais Empresas Listadas na Bovespa. Revista de Finanças e Contabilidade da Unimep, 3(2), 1-17 Groening, C., & Kanuri, V. K. (2013). Investor reaction to positive and negative corporate social events. Journal of Business Research, 66(10), 1852-1860.