Resumo

A crescente informatização dos mercados e a dependência das empresas da tecnologia de informação (TI) para as atividades essenciais às suas operações, fazem da governança da TI uma atividade estratégica para a sua sustentabilidade. Novos modelos de negócios baseados em arranjos flexíveis da colaboração entre pessoas e empresas, com estruturas mais descentralizadas e horizontais, requerem também novas abordagens para a arquitetura e governança dos seus recursos de TI, em mercados globalizados e altamente dinâmicos.

A governança da Tecnologia de Informações é um tema tradicional e importante para a pesquisa e a prática da administração de organizações. Modelos teóricos e metodologias padronizadas são largamente empregadas e com sucesso em organizações com estrutura tradicional hierárquica. Entretanto, a sua aplicação nestas estruturas de negócios emergentes, mais descentralizadas e horizontais, encontra limites devido às suas características próprias de gestão, processos e relacionamento entre seus componentes e ecossistemas, as quais não são suficientemente contempladas nas metodologias mencionadas.

Os modelos organizacionais indicam uma estrutura organizacional, que definem como as atividades são formalmente coordenadas. Para Maximiano (2006), as organizações diferem uma das outras, porém com a mesma raiz, assim podendo utilizar modelos organizacionais para defini-las. De acordo com Provan & Kenis (2007), a partir destes modos, podem surgir combinações e modelos híbridos. A escolha do modo depende do número de membros da rede, do nível de confiança entre os participantes, do grau de consenso quanto aos objetivos coletivos e da necessidade de competências específicas na rede.

A estratégia de pesquisa abordada é o estudo de caso. Desta forma, para esta pesquisa, o estudo de caso aplicado pode ser classificado como coletivo, pois é analisado um conjunto de casos, para investigar a ocorrência ou não das condições gerais das teorias pesquisadas, além de verificar a identificação de fenômenos que diferem das indicadas nas referências das mesmas. A justificativa para a seleção dos casos é que os mesmos constituem exemplos organizacionais e de governança a serem estudados.

O ONG se utiliza do modelo de governança compartilhada (Wegner, 2017). Os agentes da rede, no ONG, atuam coletivamente como uma rede, sem uma estrutura administrativa formal e com um formato definido de modo situacional pelos próprios participantes da rede, os quais também gerenciam as atividades do arranjo. Provan & Kenis (2007), previram o surgimento de combinações e modelos híbridos, que podem envolver os três modos básicos de governança. Um modelo híbrido de modelo de organização líder e organização administrativa da Rede foi identificado no caso OPT.

Quanto às considerações de Provan & Kenis (2007): “A confiança é baseada na reputação e experiência de interação passada, enquanto o consenso baseia-se na similaridade de objetivos”, a pesquisa demonstrou ser esta um dos principais fatores de sucesso para o modelo de governança a ser adotado. Para os casos OSP esta colocação é fortemente observada, pois os atores no ecossistema estudado, mesmo que temporário, são na maioria das vezes os mesmos que atuaram em trabalhos semelhantes em passado recente.

Antivachis, N. A.; Angelis, V. A. (2015). Network Organizations: The question of governance. International Conference on Strategic Innovative Marketing, IC-SIM 2014, September 1-4. Madrid, Spain. 2014. Flick, U. (2009). Introduction to Qualitative Research. SAGE Publication Ltd. Fourth Edition. Green, P. E.; Carmone, F. J. (1988). Multidimensional scaling and related techniques in marketing analysis. Boston. Allyn. Huçulak, M. C. (2016). A Governança da Rede Mãe Paranaense. Governança Regional das Redes de Atenção à Saúde. Conass – Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Conass Debate. Br