Resumo

Título do Artigo

Entra, a casa é nossa! Motivações e critérios utilizados nas relações de hospedagem entre usuários do Couchsurfing.
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Palavras Chave

consumo colaborativo
relações de hospedagem
couchsurfing

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Dimensões e Contextos da Hospitalidade

Autores

Nome
1 - Beatriz Gondim Matos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Curso de Administração
2 - Maria de Lourdes de Azevedo Barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - PROPAD - Programa de Pós Graduação em Administração

Reumo

O consumo colaborativo pode ser estudado sob diferentes enfoques, a saber: consumo colaborativo, compartilhamento e acesso; nível de participação do consumidor; e aspectos relacionais. A ênfase deste estudo, sob a lógica mais relacional de interpretação do consumo colaborativo, se pautou na compreensão das motivações e critérios que guiam as relações de hospedagem entre usuários do Couchsurfing.
Dentre as práticas colaborativas, especificamente, tem-se interesse na compreensão das motivações de adesão e escolha de hospedagem dos sujeitos que integram redes de hospedagem colaborativas.
As motivações dos sujeitos que aderem às práticas colaborativas podem ser oriundas de razões utilitárias e sociais. As motivações de ordem utilitária são aquelas nas quais o interesse dos sujeitos é na obtenção de algum ganho financeiro e/ou acesso a um bem o qual não possui (Belk, 2013, Belk, 2010; Eckhardt & Bardhi, 2016; Hamari, Sjöklint, & Ukkonen, 2015). As motivações de ordem social, por sua vez, sugerem que os sujeitos aderem às práticas para terem algum convívio com outros (Ikkala e Airi, 2015; Bialski, 2013; Molz, 2014; Wittel, 2001; Wittel, 2011).
A estratégia de pesquisa adotada foi a narrativa, especialmente, as diretrizes propostas por Czaniawska (1998, 2004) e Riessman (2008a). Os sujeitos foram escolhidos por meio de indicação (bola de neve). A análise do corpus foi realizada durante e após a conclusão das entrevistas. Os dados foram interpretados à luz da temática desenvolvida (influenciada pela teoria prévia emergente) e as categorias não foram construídas para serem estatisticamente representativas, mas para apreender os sentidos e significados que emergiram em cada relato individual deste grupo específico de usuários.
Tem-se como principais motivações para participar da rede razões de ordem econômica, cultural e social. Os critérios para a escolha do outro e/ou aceite do outro na relação de hospedagem são: preferência por famílias; interesses comuns/empatia; identidade de gênero; ampliar referências e filosofia do sim; a existência da percepção de risco no destino turístico. Enquanto que, para aceitar uma solicitação de hospedagem, se tem como critério, além dos já indicados, a preferência por algumas nacionalidades.
As motivações para participar da rede surgem das expectativas de ordem econômica (visando uma redução nos custos de uma viagem longa); de ordem cultural (objetivando aprender um idioma e/ou aspectos de diferentes culturas) e de ordem social (centrado na busca do convívio com o outro e famílias). Logo, as diferentes motivações indicam a coexistência na rede de trocas que funcionam sob lógicas distintas (instrumental e social) e híbridas.
Belk, R. (2013). You are what you can access: Sharing and collaborative consumption online. Journal of Business Research, 67(8), 1595–1600. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.10.001 Ikkala, T., & Lampinen, A. (2015). Monetizing Network Hospitality : Hospitality and Sociability in the Context of Airbnb. Cscw 2015. Molz, J. G. (2014). Toward a network hospitality. First Monday, 19(3). https://doi.org/10.5210/fm.v19i3.4824 Wittel, A. (2011). Qualities of Sharing and their Transformations in the Digital Age. International Review of Information Ethics, 15, 3–8.