Resumo

Título do Artigo

TRANSIÇÃO DO CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL E IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EM UMA EMPRESA FAMILIAR
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Palavras Chave

Ciclo de Vida Organizacional
Orçamento
Empresa Familiar

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Justine Maria Arruda de Souza Neto
-
2 - Mikaéli da Silva Giordani
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Campus 1
3 - Vinícius Giovani Jacintho
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4 - Daniel Magalhães Mucci
Universidade Regional de Blumenau - FURB - Programa de Pós Graduação em Ciências Contábeis
5 - Franciele Beck
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

As organizações confrontam-se com uma série de desafios que estão presentes em todos os estágios do seu desenvolvimento. Para enfrentar esses desafios, à medida que as empresas ganham certo nível de complexidade em termos de tamanho e processos, elas tendem a implantar práticas gerenciais que podem auxiliá-las a alcançar os seus objetivos. Nas empresas familiares essa discussão é mais complexa do que abordado pela teoria do ciclo de vida pois existem outros elementos a serem considerados, que podem estimular ou restringir a sua transição para estágios mais avançados.
A teoria do ciclo de vida é uma lente teórica que necessita de certas adaptações para o contexto das empresas familiares. Nesse sentido, discutimos a seguinte questão de pesquisa: De que forma as características da empresa familiar que passa pela transição entre os estágios de nascimento e crescimento, dificultam a implantação do orçamento empresarial na empresa? O objetivo do estudo é analisar o processo de implantação do orçamento empresarial em relação aos estágios de desenvolvimento do ciclo de vida em uma empresa familiar.
Compreender as empresas familiares implica em buscar entender o seu ciclo de vida organizacional, o qual pode ser definido como os ciclos ou estágios pelos quais as organizações permeiam durante sua existência (Beuren & Pereira, 2013). Lester et al. (2003) relatam cinco estágios do ciclo de vida organizacional, os quais correspondem ao nascimento, sobrevivência, maturidade, rejuvenescimento e declínio. Infere-se que o desenvolvimento organizacional, tem como consequências o aumento da demanda por sistemas de controle e utilização de ferramentas gerenciais, particularmente o orçamento.
O estudo caracterizou-se como descritivo, com uma abordagem. O estudo de caso consiste em um método de investigação empírica que possui a finalidade de conhecer uma entidade e compreender em profundidade a ocorrência de certos fenômenos. Para análise dos dados foi utilizado a análise do discurso. Foram realizadas sete entrevistas, dentre essas cinco com membros da família. As questões abordadas apresentaram liberdade de adequação ao contexto investigativo.
Os fatores analisados encontram-se em diferentes estágios. O aumento da complexidade organizacional na empresa é consequência da expansão para novos mercados e investimentos em outros segmentos, que fez com que surgisse a necessidade por controles. O processo de transição do poder decisório, também contribuiu para a implantação de controles que proporcionem dados reais para a tomada de decisão. No processo de implantação do orçamento, a cultura familiar e a presença do fundador na presidência do negócio familiar correspondem a pontos fundamentais, decisivos para obter sucesso essa ferramenta.
Concluiu-se que a implantação do orçamento está associada aos estágios do ciclo de vida da organização, o que indica que a evolução e desempenho da empresa familiar aumentam a complexidade e a demanda por controles gerenciais. A contribuição da pesquisa está ligada ao entendimento sobre o processo de implantação do orçamento, que envolve desde o surgimento da necessidade até a implantação desta ferramenta e como esse processo está associado ao ciclo de vida organizacional em uma empresa familiar. A pesquisa também contribui ao identificar o ciclo de vida organizacional dos diferentes fatores.
Lester, D. L., Parnell, J. A., & Carraher, S. (2003). Organizational life cycle: A five-stage empirical scale. The International Journal of Organizational Analysis, 11(4), 339-354. Moores, K., & Yuen, S. (2001). Management accounting systems and organizational configuration: a life-cycle perspective. Accounting, organizations and society, 26(4-5), 351-389. Frezatti, F., de Souza Bido, D., Mucci, D. M., & Beck, F. (2017). Estágios do ciclo de vida e perfil de empresas familiares brasileiras. Revista de Administração de Empresas, 57(6), 601-619.