Resumo

Título do Artigo

Gestão para os Stakeholders e Desempenho Organizacional: Evidências Empíricas nas Empresas Brasileiras de Capital Aberto
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Teoria dos Stakeholders
Desempenho Organizacional
Empresas Brasileiras de Capital Aberto

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Corporativa e de Stakeholders

Autores

Nome
1 - RENATO FABIANO CINTRA
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - ppga
2 - Benny Kramer Costa
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Reumo

Pesquisadores de gestão estratégica buscam explicar e predizer o sucesso organizacional. No desenvolvimento inicial do campo, o conceito de stakeholders teve papel importante nessa discussão e, recentemente, a TS ressurgiu no debate envolvendo estratégia e vantagem competitiva. Pesquisas sugerem a necessidade de ampliar o escopo de análises empíricas da relação entre o tratamento dos stakeholders e desempenho da empresa. A adoção de uma gestão para os stakeholders e o desempenho organizacional é uma questão que necessita aprofundamento.
Embora a literatura apresente significativos avanços, nota-se que existem desafios em pesquisas futuras. Um dos desafios está na ampliação de pesquisas com abordagens quantitativas, haja vista o alcance e generalização dos resultados empíricos, que são iniciais e incipiente ao campo. Qual o impacto da gestão para os stakeholders no desempenho da empresa? Portanto, objetiva analisar empiricamente a relação da adoção de uma gestão para os stakeholders e o desempenho organizacional, bem como avaliar o impacto da gestão para os stakeholders no desempenho da empresa.
As pesquisas nessa área destacam que existe conexão da capacidade da relação com os stakeholders de levar a uma vantagem competitiva para a empresa e, assim, maior desempenho organizacional. Notam-se evidências da importância e da influência dos stakeholders na sobrevivência de uma organização. Os stakeholders possuem relacionamentos distintos com o negócio e suas percepções em relação para a atuação de uma empresa precisam ser consideradas. Empresas que atendem aos interesses dos stakeholders conseguirá alocar mais valor para a organização em longo prazo e, portanto, terá desempenho superior.
Abordagem quantitativa. A amostra final de 152 empresas de 3 setores listados na BM&F Bovespa: bens industriais, consumo não cíclico e consumo cíclico. Utilizou a Economática para receita líquida, ROA, EBITDA e endividamento líquido. Atribuiu as empresas que realizaram a matriz de materialidade do GRI como as empresas que possuíam a gestão para os stakeholders. Para confecção da base usou t0 como ano de entrada; t_antes com as informações antes do ano de entrada; e t_depois como o 1º após a entrada. Para verificar as diferenças entre grupos utilizou-se do teste de Mann-Whitney U.
Inferiu que a gestão para os stakeholders tem impacto positivo na receita líquida, no EBITDA, no ROA e no endividamento líquido, sendo superior nas empresas que tem a matriz de materialidade, mesmo que em alguns casos não exista diferença significante ao nível de 0,05. Na verdade, verifica-se se há evidências estatísticas para acreditar que valores do grupo com a matriz de materialidade (gestão para os stakeholders) são superiores aos valores do grupo sem a matriz. Evidenciou que o setor influencia nas diferenças entre os grupos, mas sempre com valores superiores ao grupo que possui a matriz.
Foi possível entender, quantitativamente, que existe relação de melhora no desempenho das empresas que tem uma gestão para os stakeholders. Traz evidências empíricas de que a gestão para os stakeholders legítimos desbloqueia e potencializa a criação de valor, bem como está relacionada positivamente com o desempenho da empresa, tendo em vista os melhores resultados e relação estatística significante, quando comparado os grupo os grupos com e sem gestão para os stakeholders. Ampara a ideia de que a criação de conexões entre empresa e stakeholders abem oportunidades invisíveis à criação de valor.
Harrison, J., & Bosse, D. (2013). How much is too much? The limits to generous treatment of stakeholders. Business Horizons, 56(3), 313-322. Harrison, J., & Wicks, A. (2013). Stakeholder theory, value, and firm performance. Business Ethics Quarterly, 23(1), 97-124. Harrison, J., Bosse, D., & Phillips, R. (2010). Management for stakeholders, stakeholder utility functions, and competitive advantage. Strategic Management Journal, 31(1), 58-74. Tantalo, C., & Priem, R. (2016). Value creation through stakeholder synergy. Strategic Management Journal, 37(2), 314-329.