Resumo

A logística reversa que teve seus conceitos definidos ao final da década de 1970 passou a ser mais rigorosa nos últimos anos, promovendo a preocupação com o descarte correto dos resíduos sólidos. Dentre os produtos alvo dessa preocupação estão as embalagens de agrotóxicos, que quando descartadas de forma incorreta, resultam em severos problemas socioambientais. Logo, a logística reversa destaca-se como uma aliada essencial para proteção da biodiversidade.

Como problema de pesquisa, este estudo questiona se é existente a prática da logística reversa das embalagens de agrotóxicos, no cultivo da banana, frente aos desafios para proteção da biodiversidade existente no litoral sul do Estado de São Paulo. Assim, este estudo tem por objetivo analisar esse segmento da logística, a partir das possibilidades de sua contribuição para a redução dos impactos socioambientais.

É preciso proteger a biodiversidade no litoral sul de São Paulo. No Vale do Ribeira, a produção de banana, pode estar agravando os impactos ambientais e os problemas à saúde da população, em função do descarte incorreto das embalagens de agrotóxicos (LIMA et al. 2012). Dessa forma, Mota et al. (2015) apontam como solução a logística reversa que possui na essência do seu conceito, a integração da cadeia de suprimentos, enquanto seu foco é o retorno de embalagens e materiais para a origem produtora (OLIVEIRA et al. 2010).

Para realização do presente trabalho foi adotada uma metodologia exploratória, de caráter qualitativo, empregando-se como método, além da pesquisa bibliográfica, uma pesquisa de campo, aplicada a técnica do questionário, configurando-se como o principal instrumento de coleta de dados. O instrumento de coleta foi direcionado aos produtores e trabalhadores rurais atuantes no cultivo da banana nos municípios de Itariri e Pedro de Toledo, litoral sul do Estado de São Paulo.

A partir da coleta de dados, foi possível observar os seguintes resultados conforme a organização do instrumento: A grande maioria dos respondentes afirma que os municípios não exigem que as empresas produtoras de banana cumpram politicas públicas relacionadas à gestão dos resíduos sólidos, ao mesmo passo em que a prática da logística reversa ainda não é bem compreendida por esses produtores e trabalhadores rurais, comprometendo o desafio de proteger a biodiversidade.

Os resultados obtidos permitiram inferir que os municípios envolvidos no estudo ainda estão muito distantes dos conceitos e prática da logística reversa. Assim sendo, se torna possível inferir que a falta de conhecimento teórico sobre logística reversa, sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a falta de um PGRS sejam fatores determinantes para as práticas no que tange à destinação dos resíduos sólidos de agrotóxicos. Os produtores e trabalhadores rurais da banana se direcionam para um caminho contrário à proteção da biodiversidade. aos desafios da sustentabilidade.

LIMA, I. G; CARMO, C. R. S; MEGLIORINI, E. Preços na bananicultura: um estudo de variáveis com potencial de influenciar o preço da banana da região do Vale do Ribeira/SP. Auditoria, Governança e Contabilidade, 2012. MOTA, A. E. A. S; PINHEIRO, R. F; SANTOS, T. M; MELO, A. C; NUNES, D. R. L. Desafios e oportunidades da logística reversa no contexto do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. GEPROS, 2015. OLIVEIRA, A; CARVALHO, E.F; COSTA, N. I. M. A; JÚNIOR, P. C. M; RIBEIRO, R. B. Logística reversa de embalagens de agrotóxicos no plantio de arroz em Canas – SP, Brasil. Janus, 2010.