Resumo

Título do Artigo

GERENCIAMENTO DE RESULTADOS E RATING DE CRÉDITO EM COMPANHIAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO
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Palavras Chave

Rating
Inadimplência
Gerenciamento de Resultados

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Marcela Caroline Sibim
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Setor de Ciências Sociais Aplicadas
2 - Paula Pontes de Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Ciências Sociais Aplicadas
3 - Romualdo Douglas Colauto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - contabeis

Reumo

Os ratings são utilizados com frequência pelos agentes do mercado financeiro por englobarem informações não acessíveis e por refletirem a probabilidade de inadimplência da entidade, auxiliando a tomada de decisão. Considerando que as agências de risco utilizam dados contábeis para emissão dos ratings, por vezes os gestores são motivados a gerenciar resultados com o objetivo de obter ratings mais favoráveis (Demirtas & Cornaggia, 2013), minimizar a probabilidade de default e neutralizar possíveis situações de insolvência.
A questão de pesquisa que orienta este estudo é: Qual a relação entre o gerenciamento de resultados e o rating de crédito atribuído pelas agências classificadoras de risco para companhias que negociam na [B]3? Desta forma, o objetivo deste estudo é verificar se as empresas brasileiras gerenciam os resultados com a intenção subjacente de conturbar as percepções das agências classificadoras de riscos, influenciando as notas de rating.
O gerenciamento de resultados pode ser caracterizado como um conjunto de práticas contábeis adotadas para alterar o desempenho financeiro da entidade, a fim de alterar a percepção dos agentes econômicos (Healy & Wahlen, 1999). Nesse contexto, Alissa, Bonsall, Koharki e Penn (2013) verificaram que as empresas classificadas abaixo ou acima do rating esperado, gerenciaram os resultados para alterar as notas futuras de rating. Nesse sentido, a hipótese que orienta este estudo prediz que os accruals discricionários interferem nas classificações de crédito atribuídas pelas agências de rating.
A amostra foi composta por 59 companhias listadas na [B]3 em 2015. Tendo em vista que as notas atribuídas pelas agências de rating são equivalentes, consideraram-se as classificações das agências S&P, Fitch Ratings e Moody’s. A variável dependente foi composta pelas notas de rating de crédito, mensurada por meio de dummies. Como técnica de análise de dados utilizou-se o Modelo Logit Binário. Para mensuração de gerenciamento de resultado utilizou-se o modelo Kothari et al. (2005). Os testes estatísticos e as análises das regressões foram realizados pelo software Stata® 13.
Para verificar a relação entre o gerenciamento de resultados (GR) e o rating de crédito utilizou-se o Logit binário para dados em painel. Observa-se uma relação inversa entre os accruals discricionários e os ratings, rejeitando a hipótese de que há relação positiva entre o GR e as notas de rating. Apesar do coeficiente negativo, a relação mostrou-se significante ao nível de 10%. Esses resultados contrariam os achados de Alissa et al. (2013) e Demirtas e Cornaggia (2013). Infere-se que a redução dos ratings ocorra devido a interpretação do GR pelos analistas como um fator de risco de solvência.
Os resultados foram significantes ao nível de 10%, embora o sinal negativo contrarie a relação esperada. Apesar dos resultados refutarem as evidências teóricas, os mesmos podem ser explicados. Por apresentarem maior qualidade de crédito, as empresas com classificações superiores não gerenciam seus resultados com a mesma intensidade que as empresas de grau especulativo ou que podem ser rebaixadas de categoria. Considera-se igualmente que o gerenciamento pode não ter influência a ponto de interferir nas classificações, tendo em vista que fatores exógenos também comprometem as notas de rating.
Alissa, W., Bonsall, S. B., Koharki, K., & Penn, M. W. (2013). Firms' use of accounting discretion to influence their credit ratings. Journal of Accounting and Economics, 55(2), 129-147. Demirtas, K. O., & Cornaggia, K. R. (2013). Initial credit ratings and earnings management. Review of Financial Economics, 22(4), 135-145. Healy, P. M., & Wahlen, J. M. (1999). A review of the earnings management literature and its implications for standard setting. Accounting Horizons, 13(4), 365-383.