Resumo

Título do Artigo

ATIVIDADE POLÍTICA CORPORATIVA: PROPOSIÇÃO DE UM FRAMEWORK ANALÍTICO A PARTIR DE UMA REVISÃO META-ANALÍTICA
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Palavras Chave

Atividade Política Corporativa
Lobbying
Meta-análise

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas

Autores

Nome
1 - Alessandro Soares Marino Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - Volta Redonda
2 - MÁRCIO MOUTINHO ABDALLA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) - PPGA-MPA

Reumo

A relação entre mercado, na figura de empresas, grupos ou conglomerados e governos, é cercada de complexos e mútuos jogos de interesse. Em administração, a discussão a este respeito vem se intensificando com o tempo, principalmente a partir da década de 1990. Chegou-se então ao que se conhece hoje como Atividade Política Corporativa (APC), do inglês Corporate Political Activity (CPA). A APC refere-se aos esforços realizados por empresas ou até setores da indústria, direcionados a influenciar a política governamental em benefício próprio, com o objetivo de incrementar o desempenho corporativo.
Embora diferentes campos de conhecimento têm buscado compreender à APC, o tema figura marginalmente em administração, sobretudo por sua natureza fragmentada, apesar de dispor de características de mobilização, motivadas pelo ambiente político das últimas décadas, em especial no Brasil e em nações periféricas. Como forma de reiterar a relevância desses conhecimentos em administração e contribuir com o aprofundamento no contexto organizacional, o trabalho tem por objetivo central, a proposição de um framework analítico sobre Atividade Política Corporativa, a partir de uma revisão meta-analítica.
Por meio de cuidadosa leitura sobre APC no recorte temporal definido entre os anos de 1993 e 2017, tivemos a oportunidade de analisar atentamente dezenas de trabalhos, dentre os quais, a quase totalidade empregou como referência os trabalhos apontados como seminais - (i) Shaffer (1995); (ii) Hillman & Hitt (1999); (iii) Hillman, Keim & Schuler (2004); e (iv) Lawton, McGuire & Rajwani (2013). Estas pesquisas, com volume importante de citações, trazem, de forma consolidada, indicadores de análise para APC, que trabalhados e organizados, possibilitaram a construção de um framework analítico.
A literatura dominante costuma tratar economias periféricas como exceção à regra, alegando que a combinação de laços informais e a ausência de instituições fortes conduzem ao uso extensivo de conexões e ao abuso de autoridade para ganho privado, podendo, em um estágio mais profundo, levar aos atos de corrupção. À luz da teoria, infelizmente os problemas parecem existir somente nas regiões periféricas globais, sendo o “centro”, teoricamente, imune a esses problemas. Independente do contexto, a ampla zona cinzenta contida na APC apresenta-se como extenso e oportuno objeto de estudos.
O trabalho contribui com a compreensão da APC que, embora seja pouco refletida em termos acadêmicos, é bastante desenvolvida em situações práticas. Por meio do framework proposto, discutimos dimensões para o planejamento e para a implementação da APC. Vale destacar que essas práticas, situam-se numa espécie de “zona cinzenta” da administração, transitando no limiar de questões éticas, morais e legais, o que, por vezes, afasta interesses de pesquisa. Contudo, acreditamos que essas questões precisam ser discutidas no âmbito acadêmico, esclarecendo esses limites em termos práticos e teóricos.
Hillman, A. J., & Hitt, M. A. (1999). Corporate political strategy formulation: A model of approach, participation, and strategy decisions. Academy of management review, 24(4), 825-842. Lawton, T., McGuire, S., & Rajwani, T. (2013). Corporate political activity: A literature review and research agenda. International Journal of Management Reviews, 15(1), 86-105. Shaffer, B. (1995). Firm-level responses to government regulation: Theoretical and research approaches. Journal of Management, 21(3), 495-514.