Resumo

O Brasil foi um dos países onde se teve maior rotatividade de CEOs em 2015, registrando 26 trocas de executivos nas empresas de capital aberto. Destas, 61% foram transições planejadas, 19% foram mudanças forçadas e 19% foram resultados de fusão e aquisição de empresas (PWC, 2016).Mudanças nas organizações são processos comuns e a maior parte das organizações é forçada a mudar suas estratégias para sobreviver por um maior período de tempo, devendo responder de forma rápida as maneiras pelas quais se pretende atingir de forma efetiva os resultados esperados (AJMAL et al, 2012).

Com base no momento de turbulência econômica do Brasil vivido nos últimos anos e na alta rotatividade de CEOs observado nas empresas de capital aberto neste período, o objetivo deste trabalho é investigar, através da percepção da média gerência de empresas que tiveram mudanças na liderança estratégica entre 2014 e 2016, como as mudanças na alta gestão realizadas através da substituição de CEO impactaram na estratégia da empresa.

Para Mintzberg et al (2007), que afirma que administrar a estratégia é, com frequência, administrar mudança: é preciso saber reconhecer quando uma mudança de curso é possível, desejável e necessária e então iniciar a ação, preparando-se para utilizar mecanismos para a mudança contínua. Hitt, Ireland e Hoskisson (2007), as ações do CEO moldam e devem ser moldadas pela cultura organizacional e devem estar vinculadas de forma aprofundada com os objetivos da organização, nas ações que comandam, táticas utilizadas, estratégias empregadas e a equipe necessária para se atingir os objetivos .

O presente trabalho se caracteriza como uma pesquisa aplicada, com aspectos exploratórios, realizados através de uma abordagem qualitativa, com objetivos descritivos. Foi realizado um estudo multi-caso, com a técnica de coleta de dados por meio de entrevistas semi-estruturada com gestores da média gerência de empresas dos segmentos financeiro, construção civil e serviços de saúde cujas matrizes encontram-se no município de São Paulo – SP.

Ao falar de resultados, os respondentes em das 3 empresas pesquisadas tiveram a percepção que os resultados das mudanças foram positivos. Na empresa prestadora de serviços de saúde, os resultados financeiros conquistados já em 2015 e 2016 são as principais evidências. Na empresa do segmento financeiro, o maior ganho explicitado por um dos entrevistados foi a introdução de maior controle de custos na organização e na empresa da construção civil os principais ganhos foram em termos de competitividade e compliance.

Nas três organizações pesquisadas foi possível perceber que as mudanças de CEO trouxeram, em maior ou menor grau, alterações no direcionamento estratégico e também em termos de processos e rotinas; contudo, a condução destas mudanças foi feita de forma diferente em cada uma das empresas. Através das respostas é possível notar que em todas as empresas existe um processo de administração estratégica, encontrando indícios que o mesmo é influenciado especialmente pelo CEO, percebido como principal articulador do sucesso da empresa (ALDAY, 2000).

ALDAY, H. E. C. O Planejamento Estratégico dentro do Conceito de Administração Estratégica. Rev. FAE, v.3, n.2, p.9-16, Curitiba, maio/ago. 2000. HITT, M.A.; IRELAND, D; HOSKISSON, R.E. Administração Estratégica. 1. Ed. Thomson Learning, São Paulo, 2002. KOTTER, J.P.; COHEN, D.S. The heart of change. Real-life stories of how people change their organizations. 1. Ed. Boston, Harvard Business School Press, 2002. MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL, S. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. 4. Ed. Porto Alegre, Artmed, 2