Resumo

Título do Artigo

ASSOCIAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DE COMMODITIES AGRÍCOLAS E OS RETORNOS DAS AÇÕES DE EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Mercado de Ações
Commodities agrícolas
Agronegócio

Área

Finanças

Tema

Técnicas de Investimento

Autores

Nome
1 - João Paulo Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Campus Pontal
2 - Odilon José de Oliveira Neto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - PPAGRO/EA-UFG / Bolsista do CNPq – Brasil (PDJ 150870/2018-3)
3 - Reginaldo Santana Figueiredo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - PPAGRO/EA-UFG

Reumo

Ao todo, as riquezas geradas pelos segmentos do agronegócio representavam aproximadamente 23% do Produto Interno Bruto da economia brasileira (CEPEA, 2016). Além disso, a relevância do Brasil na comercialização de produtos básicos, que, em boa parte, é representada por commodities agrícolas, foi ratificada no relatório da Organização das Nações Unidas divulgado em 2016, que apontou que 6,5% do PIB brasileiro referia-se as exportações de commodities no biênio 2014-2015, com as commodities agrícolas sendo responsáveis por 63% do total de exportação de commodities (UNCTD, 2016).
Ao considerar a pressuposição de que a volatilidade dos preços das commodities agrícolas pode afetar o mercado de ações, este estudo teve como objetivo verificar a existência ou não de relação de longo prazo entre a variação dos preços das commodities agrícolas produzidas no Brasil e os retornos das ações das principais empresas de capital aberto do agronegócio brasileiro. Assim sendo, o estudo não só verificará a associação entre os retornos das ações e as variações nos preços das commodities agrícolas, como também, definirá sobre o equilíbrio dessa relação no longo prazo.
No campo teórico foi verificado amplo interesse acerca da relação entre retornos de ações e diversas variáveis econômicas, incluindo-se preços de commodities, conforme evidenciado nas pesquisas de Dorfman e Park (2010), Zapata, Detre e Hanabuchi (2012), Creti, Joëts e Mignon (2013), Girardi (2015), Ildirar e Iscan (2016), e Tzeng e Shieh (2016). Já a pesquisa nacional, foca na relação entre os retornos de ações e variáveis contábeis, níveis de governança e outras variáveis econômicas tradicionais, e, praticamente ignora a relação entre retornos de ações e variáveis econômicas não tradicionais.
Diante do objetivo do estudo optou-se por uma pesquisa quantitativa-descritiva, com foco na relação entre variáveis numéricas e aplicação de procedimentos estatísticos. Assim sendo, foram verificadas as associações entre os retornos mensais das ações das principais empresas de capital aberto do agronegócio brasileiro e variações dos preços das principais commodities agrícolas produzidas no Brasil. Para isso, foram aplicadas as seguintes análises: tendência central e dispersão, cointegração, causalidade agregada à aplicação da modelagem autorregressiva vetorial e decomposição da variância.
Os testes apontaram a existência de relação de equilíbrio no longo prazo entre os retornos das ações das empresas do agronegócio e as variações dos preços das commodities agrícolas, com destaque para as ações ABEV3, BEEF3, BRFS3, isto porque, essas apresentaram retornos cointegrados com os preços de todas as commodities selecionadas para o estudo. Já os resultados dos testes de causalidade evidenciaram que no curto prazo as variações dos preços das commodities agrícolas tem chance nulas de explicar a volatilidade dos retornos das ações, com exceção, das ações MFRG3 e CSAN3.
Os resultados da pesquisa permitiram concluir que existe uma relação equilibrada no longo prazo entre os retornos das ações e as variações dos preços agrícolas e, que, a volatilidade dos retornos é explicada principalmente por movimentos pretéritos nos preços do próprio ativo. Mas chamou a atenção a evidência de que a volatilidade dos retornos das ações de algumas empresas do agronegócio não é explicada por variações nos preços de commodities agrícolas diretamente ligadas ao negócio e, sim, por variações de preços de commodities agrícolas que não fazem parte do seu portfólio de indústria.
JOHANSEN, S. Statistical analysis of cointegration vectors. Journal of economic dynamics and control, v. 12, n. 2-3, p. 231-254, jun./sep. 1988. ILDIRAR, M.; ISCAN, E.. The interaction between stock prices and commodity prices: eastern Europe and central Asia case. 2016. International Journal of Economics and Finance Studies, v. 8, n.2, p. 94-106, 2016. LOMBARDI, M. J.; RAVAZZOLO, F. On the correlation between commodity and equity returns: implications for portfolio allocation. Journal of Commodity Markets, v. 2, n. 1, p. 45-57, jun. 2016.