Resumo

O empreendedorismo social no Brasil tem sido visto como um fenômeno que gera inovação e desenvolvimento local (GODÓI-DE-SOUSA; GANDOLFI; GANDOLFI, 2011) e dessa forma suas iniciativas se mostram de grande relevância quando são implementadas. Ressalta-se também que o empreendedorismo social pode surgir de oportunidades causadas por falha no mercado (Austin; Stevenson; Wei-Skillern, 2006). E nesse sentido, é que verifica-se que as iniciativas de TBC nos trazem evidências iniciais da sua ligação com o Empreendedorismo Social, pois atividades de TBC também agem em falhas do turismo tradicional.

Este trabalho tem como objetivo ressaltar o empreendedorismo social presente em iniciativas de TBC por meio de análise qualitativa de um caso único, compreendendo, se, e, como ocorrem ações de empreendedorismo social nas iniciativas de TBC a partir do caso: Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri.

O ES “refere-se à criação de produtos, organizações e práticas que produzem e sustentam benefícios sociais e captura a busca simultânea de retornos sociais e financeiros sobre o investimento” (TSCHIRHART; BIELEFELD, 2012). O presente artigo trabalha o conceito e as prerrogativas do TBC que é considerado como uma interação entre o visitante e os anfitriões e gera benefícios econômicos e de preservação ambiental para as comunidades locais que atuam com as experiências turisticas (UNCTAD/WTO, 2005).

Este estudo apresenta uma abordagem qualitativa tanto no que se refere a seção da coleta quanto para seção das análises dos dados. Do ponto de vista teórico, esta pesquisa se caracteriza como dedutiva.   Como estratégia de pesquisa adotou-se o estudo de caso único. A coletada de dados foi feita por meio de pesquisa semiestruturada. Complementado a pesquisa semiestruturada foi desenvolvida observação direta nas instalações da sede da FCG, realizadas no decorrer de visitação, assim como pesquisa documental, em ata de reunião, cartazes e na documentação disponíveis nos sites oficiais da fundação.

Para atender a essa demanda em crescimento, a FCG criou uma cooperativa (COOPAGRAN), passando a comercializar a FCG como um destino turístico. Porém a dificuldade de lidar com as questões burocráticas exigidas por uma cooperativa fez com que a COOPAGRAN deixasse de existir e a  governança do TBC é responsabilidade de um empreendedor social. Outro aspecto que demonstra característica de ES na FCG é o processo de mensuração e monitoramento das atividades no TBC.

O ES nas iniciativas de TBC segundo a seleção de referências escolhidas foi significativo dentro do relato do caso único apresentado, o que foi vislumbrado nos pré-requisitos e requisitos atendidos na sua avaliação pelos pesquisadores. Verifica-se que mesmo sendo uma ação empreendedora social, a iniciativa de TBC no caso específico da FCG não está isenta de problemas de gestão ou de conflitos de opiniões que surgem em meio ao processo de associação. No entanto, a visibilidade das ações empreendedoras sociais no TBC trazem perspectivas bastante positivas sobre os estudos deste tipo.

AUSTIN, James; STEVENSON, Howard; WEI‐SKILLERN, Jane. Social and commercial entrepreneurship: same, different, or both?. Entrepreneurship theory and practice, v. 30, n. 1, p. 1-22, 2006. GODÓI-DE-SOUSA, Edileusa et al. Empreendedorismo Social no Brasil. Um Fenômeno de Inovação e Desenvolvimento Local. Dimensión empresarial, 2011. TSCHIRHART, Mary; BIELEFELD, Wolfgang. Managing nonprofit organizations. John Wiley & Sons, 2012.