Resumo

Título do Artigo

QUANTIDADE E QUALIDADE DA INOVAÇÃO NAS INDÚSTRIAS DO POLO INDUSTRIAL DE MANAUS - PIM
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Palavras Chave

Inovação
P&D
POLO INDUSTRIAL DE MANAUS - PIM

Área

Gestão da Inovação

Tema

Políticas, Estratégias, Instituições e Internacionalização da Inovação

Autores

Nome
1 - Manoel Rodrigues Terceiro Neto
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
2 - Nilson José de Oliveira Junior
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) - Escola Superior de Ciências Sociais
3 - alcian pereira de souza
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA

Reumo

A inovação nas empresas é uma necessidade constante no mundo empresarial, sobretudo em mercados de produtos com curto ciclo de vida, como os de alto teor tecnológicos, que se constituem na maioria dos itens fabricados no Polo Industrial de Manaus–PIM. Estudar os mecanismos que levam à inovação, assim, é imprescindível para se avaliar o futuro do mesmo. O PIM é a área industrial da Zona Franca de Manaus–ZFM, uma zona de incentivos fiscais na Amazônia. Estes incentivos abrangem também a área de P&D, pois a lei nº 8387 de 30/12/1991 estabelece a obrigatoriedade destes investimentos pelas empresas
Dado que a maioria dos produtos produzidos no PIM são de alto teor tecnológico, a inovação é fator chave de subsistência do mesmo, este artigo, então, procura responder: quanto e qual o tipo de inovação que as empresas instaladas no PIM produziram nos últimos 5 anos? Tem como objetivo analisar a inovação gerada pelas empresas do PIM, estabelecendo métrica de quantidade e de qualidade para as mesmas.
A gestão do desenvolvimento de produtos não é mais uma preocupação só de empresas de alta tecnologia, mas uma competência necessária para toda e qualquer empresa (CLARK & WHEELWRIGHT, 1993). Dosi (1982) identifica e explica as principais forças que movem o progresso tecnológico e, especialmente, as complexas interações que definem e orientam as possíveis direções em que esse progresso ocorre, além de avaliar a organização industrial. Garcia e Calantone (2002) afirmam que o conhecimento sobre a inovação só avançará a partir do momento que se entender a diferença entre os tipos de inovação.
A pesquisa é de abordagem quantitativa e trata-se de uma pesquisa descritiva, uma vez que busca descrever as características de determinada população e identificar possíveis relações entre variáveis. Quanto ao método de pesquisa, foi realizado um tipo de pesquisa survey. Assim, foram obtidos dados primários para a análise dos resultados alcançados. A população da pesquisa foram as 461 empresas em atuação no PIM e obteve-se uma amostra de 28 empresas, ou cerca de 6% da população com erro amostral tolerável de 18%. A análise de dados utilizou estatística descritiva e calculou a frequência.
Destas inovações, 92,8% das empresas responderam que as inovações locais atenderam apenas o grupo empresarial em outras unidades e 3,6% da amostra afirmou que já teve inovação local reconhecida nacionalmente e é utilizada no Brasil. A partir da amostra coletada, pode-se afirmar que o PIM não gerou inovações radicais nos últimos 5 anos, que gerou 21,4% de inovações realmente novas ou really new e que gerou 75% de inovações incrementais. Apenas 3,6% da amostra, uma única empresa, afirmou não ter gerado qualquer inovação na empresa, apesar de afirmar que mantém investimento em P&D.
Estudos anteriores, como os de Ariffin e Figueiredo (2004), já demonstravam que as empresas do PIM atualizaram-se para realizar diversos tipos de atividades inovadoras ao longo dos anos, desmistificando algum possível viés de empresas meramente montadoras. Este artigo conclui a mesma situação, pois foi verificado que 96% da amostra de 28 empresas geraram alguma inovação. Diferente das afirmações de Garcia e Calantone (2002), de que as inovações really new seriam a maioria das novas inovações surgidas, no PIM esta realidade não ocorreu, pois 75% das inovações foram classificadas incrementais.
Ariffin, N., & Figueiredo, P. N. (2004). Internationalization of innovative capabilities: counter‐evidence from the electronics industry in Malaysia and Brazil. Oxford development studies, 32(4), 559-583. Clark, K. B. & Wheelwright, S. C. (1993). Managing new product and process development: text and cases. New York: The Free Press. Dosi, G. (1982). Technological paradigms and technological trajectories. Research Policy, 11(3): 147-162. Garcia, R. & Calantone, R. (2002). A critical look at technological innovation typology and innovativeness terminology: a literature review. 19(2): 110-132.